quarta-feira, 1 de outubro de 2014

BAHIA TEM QUASE 2 MILHÕES DE IDOSOS...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Idosos lamentam que não tenham  nada a festejar no dia internacional deles, hoje, apesar do Estatuto do Idoso ser sancionado em 2003, após 11 anos muitas cláusulas não são cumpridas nem obedecidas pela sociedade.

E dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2013, apontam que a população idosa no Brasil já alcança 26,2 milhões e a estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique.
Na Bahia, no último censo de 2013, o Instituto de Estatística apontou um total de 1.885 milhão e em Salvador e Região Metropolitana 408 mil pessoas entre 60 a 70 anos ou mais, sendo que deste total 776 mil no estado não são alfabetizados e na capital e RMS 63 mil .
Também o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto, chama a atenção de princípios básicos para que o cidadão viva com dignidade, através de um preparo para o envelhecimento populacional em suas diversas esfera: saúde, social, educação, econômica.  “Os números mostram que esta nova realidade do perfil populacional não só bate à porta, mas a escancara. É preciso estabelecer novas diretrizes para atender às demandas da velhice”, afirma o presidente.
Apesar de todos os problemas enfrentados e lamentar que a categoria não tem o que festejar, Marise Sansão convida todos para um grande evento hoje às 9 horas na Casa do Aposentado, na Mouraria, e cita:
“A ONU vem lutando por nossos direitos, em outros países até que ocorre, onde idosos são tratados com dignidade, mas aqui no Brasil a repercussão é mínima, não temos apoio dos governos para nossos direitos. Por isto neste dia queremos homenagear a todos os idosos e incentivá-los  para que continuem lutando por seus direitos”.
A SBGG destaca e pede reflexão para a forma como a população vê o idoso e, também, quanto às fragilidades que ainda existem no que cabe a assistência à saúde do idoso. Segundo  a entidade, existem apenas 1000 geriatras no Brasil, uma média de apenas um geriatra para cada 20 mil idosos, conforme dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM).
“Os direitos e necessidades dos idosos ainda não são plenamente atendidos. No que diz respeito à saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está adequado para amparar esta população”, afirma o geriatra.
Ele acrescenta que os mais velhos acabam sendo levados para as emergências/urgências (Unidades de Pronto Atendimento) e, consequentemente, em situação mais grave e já com indicação de internação hospitalar. “Quadro que poderia ser evitado, caso houvesse o atendimento adequado no momento correto”, assegurou Freire Neto.

A presidente da Feasapeb enfatiza que o idoso ainda sofre muita  discriminação por parte da sociedade, principalmente na reinserção no mercado de trabalho. “A grande maioria se aposenta, mas ainda está apta para trabalhar, pois os rendimentos da aposentadoria não dão para sobreviver. E, muitas vezes, não encontra oportunidade no mercado de trabalho devido à idade”, lamentou.

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