FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Um estudo feito em
ratos mostra que a testosterona aumenta o risco de tumores de próstata e agrava
os efeitos da exposição a substâncias químicas cancerígenas. O autor do
trabalho, publicado na revista Endocrinology, diz que os
resultados servem de alerta para que os homens não usem o hormônio para
combater sintomas normais do envelhecimento.
O número de homens
que iniciaram a reposição de testosterona para ganhar mais energia e vitalidade
quadruplicou nos Estados Unidos desde o ano 2.000, apesar das discussões sobre
o potencial risco cardiovascular da terapia.
As diretrizes da
Sociedade Americana de Endocrinologia recomendam o uso de testosterona apenas
em homens que apresentam hipogonadismo, disfunção caracterizada por baixos
níveis do hormônio, redução da libido e disfunção erétil, entre outros
sintomas.
Segundo o autor do
estudo, Maarten Bosland, da Universidade de Illinois, em Chicago, a
testosterona sozinha é uma substância cancerígena fraca para ratos machos. Mas,
combinado com produtos químicos causadores de câncer, o hormônio cria um
ambiente perfeito para o desenvolvimento dos tumores. Ele diz que se isso for
comprovado também em humanos, há sérios motivos para se preocupar.
Parte dos ratos
receberam implantes de testosterona de liberação lenta e, antes disso, injeções
de uma substância carcinogênica chamada MNU. Os animais foram comparados a um
grupo controle que recebeu apenas a substância química e implantes vazios.
Entre os ratos que
receberam apenas testosterona, 10 a 18% desenvolveram tumores de próstata. Já
entre os ratos expostos ao hormônio e ao MNY, 50 a 71% deles tiveram câncer,
não só na próstata, mas também em outras partes do corpo. E os tumores
apareciam mesmo com doses baixas de testosterona.
Bosland diz que, como
o aumento da terapia com testosterona ainda é recente e o câncer de próstata
demora para se desenvolver, ainda não há dados para determinar o risco do uso
de hormônio em humanos. Mas ele acha que, enquanto esses estudos são feitos, o
ideal seria limitar a terapia de reposição em homens com hipogonadismo, e
evitar o uso da testosterona em homens que buscam apenas ter mais vitalidade.
Sobre o autor.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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