quarta-feira, 15 de outubro de 2014

NÚMERO DE BEBÊS COM SÍFILIS CRESCEU 300% NOS ÚLTIMOS 5 ANOS EM SALVADOR...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
Cada mil crianças que nascem em Salvador, a estimativa é de que  9,2 terão sífilis e no estado  um total de 4,7, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A situação preocupa especialistas porque os dados atuais da Sesab apontam que,  na capital baiana, o número de crianças recém-nascidas contaminadas pela sífilis aumentou em mais de 300% nos últimos cinco anos.
E a OMS também estima que no mundo a cada ano ocorram 12 milhões de novos casos de sífilis. Na Bahia, de 2004 a 2014, foram registrados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 4.821 casos de sífilis congênita, e destes, 1.989 ocorreram em Salvador.
No próximo sábado é o Dia de Combate à Sífilis, instituído no país pela Lei 228 de 2007, fixado no  terceiro sábado de outubro, segundo informações da coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Jeane Magnavita, que lamenta o descaso das pessoas na prevenção da doença que se transformou em um problema  de saúde pública e está preocupando profissionais de saúde.
“É uma doença sexualmente transmissível, causada por bactéria milenar combatida através de penicilina, um problema de saúde pública. Mesmo com toda a tecnologia de hoje não se consegue eliminar nem erradicar por causa das práticas de sexo sem proteção”, desabafou.
De acordo com a coordenadora, se a mulher grávida não fizer exames para detectar a doença durante a gestação, esta passa para o bebê, ou seja, ele vai adquirir a sífilis congênita, que pode levar a gestante a aborto, a criança ter problemas cardíacos ou mentais, cegueira e morrer após o parto. Magnavita chama a atenção das gestantes: “Toda a mulher grávida deve fazer pré-natal e testes de sífilis no primeiro e terceiro trimestre de gravidez e no momento do parto. O parceiro também deve fazer os testes e ser tratado, caso positivo”, alertou.
A especialista explicou que caso seja detectado na gestante sífilis, além dela ser tratada, o bebê quando nasce precisa receber a medicação para não adquirir as doenças provocadas pela bactéria que são neurológicas, cardíacas  e cegueira. Ela enfatiza que a estratégia contra a doença é “a questão da prevenção porque os preservativos previnem de doenças sexualmente transmissíveis; gestante deve fazer pré-natal e os parceiros também”, aconselha.
Os sintomas da sífilis, segundo Jeane Magnavita, podem ser assintomáticos. “Aparece uma ferida nos órgãos genitais, placas vermelhas nas mãos ou na ponta dos pés e ao longo do tempo a pessoa poderá apresentar problemas cardíacos ou neurológicos”, alertou.
Magnavita sinaliza também que quando uma pessoa tem uma infecção qualquer  “é uma porta aberta para o vírus da Aids porque é a confirmação de que a pessoa faz sexo sem preservativos”, adverte.
Nos postos de saúde há testes para detectar a doença e a coordenadora faz uma ressalva de que as unidades de saúde oferecem os testes gratuitos para o cidadão e a mobilização atual é por conta do Dia de Combate à Sífilis, no próximo sábado. “É bom todos fazerem o teste porque às vezes a pessoa está infectada e não aparece nada”, alertou.
Hoje (15) acontece o seminário “A Atenção Básica na Prevenção da Sífilis Congênita”, iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Programa Estadual de DST/Aids, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde 

O evento, que ocorrerá na Faculdade Bahiana de Medicina, auditório 2 do Campus do Cabula, de 8 às 13 horas, tem como principal objetivo discutir a situação da sífilis congênita e as possibilidades para sua prevenção, controle e eliminação no município de Salvador.

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