FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
Cada
mil crianças que nascem em Salvador, a estimativa é de que 9,2 terão
sífilis e no estado um total de 4,7, de acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS). A situação preocupa especialistas porque os dados atuais da
Sesab apontam que, na capital baiana, o número de crianças recém-nascidas
contaminadas pela sífilis aumentou em mais de 300% nos últimos cinco anos.
E a OMS
também estima que no mundo a cada ano ocorram 12 milhões de novos casos de
sífilis. Na Bahia, de 2004 a 2014, foram registrados, no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (Sinan), 4.821 casos de sífilis congênita, e destes,
1.989 ocorreram em Salvador.
No
próximo sábado é o Dia de Combate à Sífilis, instituído no país pela Lei 228 de
2007, fixado no terceiro sábado de outubro, segundo informações da
coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Jeane Magnavita, que lamenta o
descaso das pessoas na prevenção da doença que se transformou em um
problema de saúde pública e está preocupando profissionais de saúde.
“É uma
doença sexualmente transmissível, causada por bactéria milenar combatida
através de penicilina, um problema de saúde pública. Mesmo com toda a
tecnologia de hoje não se consegue eliminar nem erradicar por causa das
práticas de sexo sem proteção”, desabafou.
De
acordo com a coordenadora, se a mulher grávida não fizer exames para detectar a
doença durante a gestação, esta passa para o bebê, ou seja, ele vai adquirir a
sífilis congênita, que pode levar a gestante a aborto, a criança ter problemas
cardíacos ou mentais, cegueira e morrer após o parto. Magnavita chama a atenção
das gestantes: “Toda a mulher grávida deve fazer pré-natal e testes de sífilis
no primeiro e terceiro trimestre de gravidez e no momento do parto. O parceiro
também deve fazer os testes e ser tratado, caso positivo”, alertou.
A
especialista explicou que caso seja detectado na gestante sífilis, além dela
ser tratada, o bebê quando nasce precisa receber a medicação para não adquirir
as doenças provocadas pela bactéria que são neurológicas, cardíacas e
cegueira. Ela enfatiza que a estratégia contra a doença é “a questão da
prevenção porque os preservativos previnem de doenças sexualmente
transmissíveis; gestante deve fazer pré-natal e os parceiros também”,
aconselha.
Os
sintomas da sífilis, segundo Jeane Magnavita, podem ser assintomáticos.
“Aparece uma ferida nos órgãos genitais, placas vermelhas nas mãos ou na ponta
dos pés e ao longo do tempo a pessoa poderá apresentar problemas cardíacos ou
neurológicos”, alertou.
Magnavita
sinaliza também que quando uma pessoa tem uma infecção qualquer “é uma
porta aberta para o vírus da Aids porque é a confirmação de que a pessoa faz
sexo sem preservativos”, adverte.
Nos
postos de saúde há testes para detectar a doença e a coordenadora faz uma
ressalva de que as unidades de saúde oferecem os testes gratuitos para o
cidadão e a mobilização atual é por conta do Dia de Combate à Sífilis, no
próximo sábado. “É bom todos fazerem o teste porque às vezes a pessoa está
infectada e não aparece nada”, alertou.
Hoje
(15) acontece o seminário “A Atenção Básica na Prevenção da Sífilis Congênita”,
iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Programa
Estadual de DST/Aids, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde
O
evento, que ocorrerá na Faculdade Bahiana de Medicina, auditório 2 do Campus do
Cabula, de 8 às 13 horas, tem como principal objetivo discutir a situação da
sífilis congênita e as possibilidades para sua prevenção, controle e eliminação
no município de Salvador.
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