FONTE: iG Minas Gerais, TRIBUNA DA BAHIA.
Um estudo com canabidiol (CDB), substância presente na maconha,
feito pela primeira vez com humanos, mostrou eficácia para melhorar a qualidade
de vida e o bem-estar em pacientes diagnosticados com a doença de Parkinson.
Segundo um dos coordenadores da pesquisa, professor José Alexandre Crippa, da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, “com a vantagem de não
ter apresentado nenhum efeito colateral”.
O
Brasil é um dos líderes no mundo em pesquisas com o canabidiol, e o professor
José Alexandre Crippa é um dos maiores estudiosos do tema, com mais de dez anos
pesquisando a substância. Para o resultado ser válido, foram usados meios como
o Parkinson Disease Questionnaire-39 (PDQ-39), considerado atualmente o mais
apropriado para a avaliação da qualidade de vida e de sensação de bem-estar do
indivíduo que tem a doença.
O
trabalho foi desenvolvido durante seis semanas em 21 pessoas com Parkinson, mas
sem quadro de demência ou problemas psiquiátricos. Elas foram observadas por
dez pesquisadores, sendo nove da Faculdade de Medicina da USP e um da
Universidade Federal de Minas Gerais. Os resultados foram publicados no Journal
of Psychopharmacology, da Associação Britânica de Psicofarmacologia. Para
Crippa, um dos motivos para a importância da pesquisa se deve ao fato de que hoje
todos os medicamentos utilizados para tratar a doença de Parkinson causam
problemas como alucinações, náuseas e delírios. “E uma complicação motora
chamada discinesia tardia”, completa.
Ele
explica que isso ocorre porque são remédios que atuam no sistema de receptores
da dopamina, substância química que tem um papel fundamental no controle das
funções mentais e motoras, como a regulação da atenção, do estado de ânimo, a
memória, a aprendizagem e até o movimento. Para o pesquisador, é provável que o
canabidiol atue no sistema endocanabinoide, formado por um conjunto de
neurotransmissores que são semelhantes aos compostos químicos existentes na
Cannabis sativa, a planta de onde é extraída a substância. “Isso pode explicar
a ausência de efeitos colaterais e representa um passo importante para uma nova
opção de tratamento da doença”.
Importação.
Anvisa.
Dos 167 pedidos excepcionais de importação do canabidiol (CDB), a agência
aprovou 113 pedidos. Dez aguardam o cumprimento de exigências, e 39 estão sob
análise do órgão.

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