domingo, 19 de outubro de 2014

VAGINISMO: DOR NA RELAÇÃO SEXUAL PODE TER ORIGEM EMOCIONAL...

FONTE: Madson Moraes (www.msn.com).


Depois de tentativas frustradas de consumar o casamento na lua de mel, Melissa Andrade, 31 anos e casada há 3, decidiu fazer uma busca na internet para saber a raiz da sua insegurança na cama. Ela encontrou o termo vaginismo e se identificou com os sintomas. O diagnóstico não foi fácil: alguns médicos, inicialmente, disseram que ela precisava apenas relaxar que tudo aconteceria naturalmente na cama. Até que um dia, quase dois anos depois de casada, Melissa foi diagnosticada com vaginismo.
O vaginismo é uma disfunção sexual que pode causar dor na relação sexual. Tem origem de fundo emocional e pode vir a causar baixa autoestima e até mesmo depressão. "Meu marido se sentia rejeitado por mim e eu me sentia hiperinsegura. Devido a isso, vivíamos brigando e, por mais que tentássemos resolver nossos problemas, sempre havia algo pendente. De tanto tentar, e sempre nos frustrar, começamos a evitar o ato sexual e isso nos afastou bastante. Parecíamos estranhos vivendo sob o mesmo teto. Ele sempre foi muito paciente, mas é impossível passar por esta situação sem ser afetado de alguma forma", conta.

Uma das razões para desenvolver o vaginismo,explica Melissa, é sempre ter tido medo e vergonha do ato sexual. "Todas as vezes que eu pensava no sexo, pensava nele como algo que doeria, que me machucaria. Um traço bastante forte da minha personalidade é a ansiedade, e pelo muito que pesquisei, vaginismo e ansiedade estão diretamente relacionados.Acredito ter sido o medo que me travou. Mesmo ouvindo que seria prazeroso, eu temia a dor", revela.

Melissa, então, criou o blog "Vaginismo – Rumo à cura", para compartilhar sua história e de outras mulheres com a disfunção. "Recebo depoimentos de mulheres diariamente. Algumas já estão curadas, outras procuram apoio para dar início ao tratamento e outras para tirar dúvidas. Algumas permitem que seus relatos sejam publicados e outras não.

O que recomendo é que não demorem a procurar ajuda de um ginecologista,sexólogo ou fisioterapeuta. O importante é não deixar que o medo e a vergonha atrapalhem de alcançar a cura", diz. "O vaginismo é uma dificuldade ou impossibilidade de penetração vaginal de objeto, dedo e pênis, e ocorre porque há uma contração excessiva dos músculos do assoalho pélvico na mulher. Durante a penetração haverá dor física e emocional", explica Fabiane Dell’ Antônio, sexóloga e consultora da loja de produtos sensuais Hot Flowers, Essa disfunção que atrapalha a vida sexual pode acontecer por vários motivos desde uma ansiedade excessiva, como no caso de Melissa, como por uma educação sexual repressora, assédio ou abuso sexual,imagens negativas em relação ao sexo ou ao papel da mulher, uma traição ou mesmo o pós-parto."Pesquisas apontam que de 25 a30% das mulheres brasileiras sentem dor frequentemente na relação sexual. Sobre o vaginismo, estudos mostram que ele afeta de 5 a 20% das mulheres.

É importante saber que mulheres que sentem dor durante a penetração alteram a estrutura muscular do períneo e a longo prazo podem desenvolver o vaginismo", diz a sexóloga." Mulheres com vaginismo tendem a ter baixa autoestima. Elas se sentem diferentes, inferiores. Cerca de 53% delas são casadas ou têm um relacionamento estável, mas não conseguem viver sua plenitude sexual e, nem sempre, os companheiros compreendem que elas têm uma disfunção", explica Débora Pádua, fisioterapeuta ginecológica especialista em sexualidade. Quanto ao tratamento, Melissa tentou durante um tempo se curar sozinha. "Comprei o kit de dilatadores vaginais e comecei afazer os exercícios em casa. Eles me ajudaram muito, mas não resolveram o problema. Conseguia introduzir todos os dilatadores, mas não tinha muito sucesso na hora do sexo. Então, decidi procurar uma fisioterapeuta uroginecológica e ela me incentivou a iniciar a terapia. A partir daí, foram poucos meses para que eu tivesse minha primeira relação sexual com penetração total e prazerosa", completa.

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