sexta-feira, 24 de outubro de 2014

VEJA MITOS E VERDADES SOBRE DISFUNÇÃO ERÉTIL E FAÇA TESTE PRELIMINAR ONLINE...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
A disfunção erétil, popularmente conhecida como impotência sexual, atinge em algum grau cerca de 50% dos brasileiros acima dos 40 anos ou 25 milhões de pessoas.
No entanto, essa incidência massiva não quer dizer que existe um amplo conhecimento de homens e mulheres sobre essa doença que cresce anualmente em todo o mundo e possui estreita relação com problemas de saúde epidêmicos como o diabetes e doenças cardiovasculares.
No Brasil, o assunto continua negligenciado no ambiente familiar e nas relações íntimas e infelizmente se mantém cercado de muitos tabus.
Para lançar luz sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) concentrou este ano parte de suas atividades educativas para orientar as pessoas sobre a gravidade da disfunção erétil.
Lançou no primeiro semestre a campanha nacional "De volta ao controle" e vem reforçando o papel do urologista e de sua equipe multidisciplinar no diagnóstico correto da disfunção erétil e na indicação dos tratamentos adequados.
Como parte da campanha, os urologistas da SBU Archimedes Nardozza e Antonio de Moraes esclarecem ao público os principais mitos e verdades sobre a disfunção erétil.
Ter dificuldade de alcançar e manter uma ereção, esporadicamente ou em raras situações, é um indício de que o homem tem disfunção erétil?
Mito - O fato de o homem eventualmente "falhar na hora H" não significa que tenha disfunção erétil ou impotência sexual. A doença pode estar presente quando há total incapacidade ou inconsistência para se atingir uma ereção ou a tendência de se sustentar ereções curtas é recorrente.
A Sociedade Brasileira de Urologista disponibiliza na Internet um teste preliminar para o homem que está em dúvida se tem a doença. A entidade sempre orienta o homem a se consultar com o urologista, especialista no assunto que poderá atendê-lo com o auxílio de outros profissionais, como psicólogo, cardiologista e endocrinologista.


O homem desenvolve a disfunção erétil basicamente por causa do estresse da vida moderna e da ansiedade cada vez mais presente nas pessoas?
Mito 
- A disfunção erétil é uma doença de causas múltiplas. Pode estar associada a problemas de ordem psicológica, tais como ansiedade, depressão, fadiga, culpa, estresse, crise de relacionamento, expectativa sobre o desempenho sexual, entre outras.
Mas a ereção pode ser afetada por questões orgânicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, disfunções hormonais (a exemplo de baixo nível de testosterona), decorrentes de doenças renais e hepáticas, traumas físicos e lesões neurológicas.
Outra causa possível é o priapismo, ereção prolongada originada por outros motivos que não o desejo sexual e que pode ser resultado de anemia falciforme, terapias injetável e oral para disfunção erétil usadas de maneira inapropriada e consumo de drogas ilegais.
Outro fator de risco é o uso de alguns remédios como antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anfetaminas, antagonistas da histamina, hormônios, opiáceos e medic amentos para doença cardiovascular e de Parkinson.
A disfunção erétil também tem vínculos com alcoolismo, tabagismo e distúrbios sexuais como ejaculação precoce, diminuição da libido e até mesmo a Doença de Peyronie (curvatura acentuada do pênis).
Pode resultar ainda de cirurgias que interrompam o fluxo de sangue ou inibam terminações nervosas (prostatectomia radical, ressecção transuretral da próstata, intestinais que envolvem o reto e períneo, de bexiga ou uretra, para a Doença de Peyronie e cirurgias da coluna vertebral).
Não conseguir manter a ereção após a primeira ejaculação é um sinal de disfunção erétil?
Mito - Do ponto de vista clínico, quando se consegue alcançar e manter uma ereção firme suficiente para a penetração e para a sustentação da relação sexual até o final, a probabilidade de haver comprometimento físico é muito pequena.
Assim, não deve haver motivo de preocupação com uma doença quando ocorrem tentativas de ereção frustradas ou dificuldade para a segunda ereção na mesma noite.
O tempo necessário para obter uma nova ereção varia de homem para homem e não há um período definido como normal.
De qualquer forma, fatores emocionais podem interferir, por isso é importante observar o desempenho e procurar a avaliação completa de um urologista e de um profissional da área de psicologia especializado em sexualidade.
O urologista é o principal profissional para fazer o diagnóstico completo e adequando da doença?
Verdade - A consulta com o urologista é indispensável para se analisar o histórico de saúde do paciente e seus hábitos, como prática de atividades físicas, tipo de alimentação e consumo de álcool e de drogas.
Para chegar ao diagnóstico, porém, o urologista solicitará alguns exames de avaliação dos sistemas urológico, nervoso, endócrino e vascular, que revelarão as causas do problema. Em geral, são feitos exames de dosagens hormonais e de avaliação do fluxo sanguíneo do pênis, por meio de ultrassonografia.
De acordo com o resultado, o urologista poderá sugerir o acompanhamento conjunto de outros especialistas no tratamento ou ainda requisitar a troca de alguns medicamentos que podem estar relacionados ao aparecimento da disfunção erétil.
O tratamento será prescrito somente depois de toda essa avaliação. Se não houver causas físicas, o paciente deverá ser encaminhado a um psicólogo, para que sejam identificadas as questões emocionais.
Como acontece em tantas outras enfermidades, na disfunção erétil existe uma linha terapêutica para cada estágio da doença?
Verdade - Existem tratamentos específicos para cada estágio da disfunção erétil, seja ela de causa orgânica, psicogênica ou mista. Dentre os mais conhecidos e utilizados estão os medicamentos orais, considerados de primeira linha porque são recomendados para a fase inicial da terapia.
As quatro substâncias atualmente autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atuam na melhoria do fluxo de sangue para o pênis.  Apresentam taxas de sucesso (ereções suficientes para penetração) que variam de 56% a 84%, embora não funcionem para até 30% dos homens.
As bombas a vácuo, pouco utilizadas no Brasil, são outra opção não invasiva à qual os pacientes podem recorrer. São contraindicadas para os casos de problemas de coagulação, anemia falciforme e tratamento com anticoagulantes. Nesta fase inicial, ainda há a alternativa de aplicar supositórios diretamente no canal da uretra.
A medicação é absorvida pela parede da uretra e passa a atuar nos corpos cavernosos, promovendo a ereção em cerca de 20 minutos.
Menos invasivos que as injeções penianas, os supositórios oferecem resposta satisfatória de 30% a 40% e também são poucos utilizados no país. Não havendo ereção com as terapias anteriores ou se houver contraindicação e efeitos adversos significativos que indiquem a interrupção, os pacientes têm os injetáveis como segunda linha de tratamento.
O próprio paciente aplica a injeção diretamente no corpo cavernoso do pênis para estimular o fluxo de sangue para o órgão e a ereção. Devido ao desconforto, dados sugerem a descontinuidade desse tipo de terapia em um ano.
A principal causa de abandono do tratamento, a dor no local da aplicação, ocorre em até 40% dos pacientes.
Para os pacientes sem sucesso com as terapias clínicas e disfunção erétil irreversível, as cirurgias de implante de próteses penianas são consagradas como uma alternativa definitiva e efetiva para uma ereção artificial para quem sofre do estágio mais grave da doença.
O grau de satisfação chega a 97% e vem sendo cada vez mais utilizado no mundo. 
Existem dois tipos de prótese, a maleável (também chamada de semirrígida ou flexível) e a inflável.
A semirrígida é composta por duas hastes cilíndricas, flexíveis e dobráveis a 90 graus, que são colocadas dentro do pênis, deixando-o constantemente rígido.
Já a inflável é uma prótese que reproduz o preenchimento do pênis, imitando o fluxo sanguíneo natural no momento da ereção. Trata-se de uma tecnologia de inflação (enchimento) e deflação (esvaziamento) totalmente controlável.
Ambas as próteses, semirrígida e inflável (dois e três volumes), também são recomendadas para a cirurgia de transgêneros, em que há interesse por um pênis funcional, e para reconstrução peniana em casos de amputação.
A suspeita de causas psicológicas também deve ser bem avaliada, pois, durante o procedimento, o corpo cavernoso, que retém o sangue no pênis no processo natural, é dilatado pa ra acomodar as hastes ou os cilindros, sem que haja possibilidade de reversão.
No Brasil, os sistemas de saúde garantem a cobertura de todos os tratamentos disponíveis para disfunção erétil.
Mito - O Sistema Único de Saúde distribui gratuitamente a substância sildenafila, na forma de comprimidos de 20, 25 e 50 gramas.
O SUS também cobre a realização da cirurgia para implante da prótese peniana semirrígida.
Nenhuma medicação, seja oral ou injetável, é oferecida pela saúde suplementar, os planos de saúde só cobrem a cirurgia para implante da prótese semirrígida.
O SUS e os planos de saúde não garantem cobertura de bombas a vácuo, supositórios, injetáveis e implantes infláveis. Vale alertar que o acesso a qualquer terapia contra disfunção erétil deve ser mediante orientação e prescrição do urologista.
Os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico retomam normalmente a atividade sexual em curto prazo.
Verdade - Independentemente do tipo de prótese implantada, cada paciente se restabelece da cirurgia de uma forma diferente, mas o tempo médio de recuperação varia de quatro a seis semanas e da retomada da vida sexual de quatro a oito semanas.
Algumas atividades precisarão ser suspensas durante esse período, especialmente as relações sexuais, e é o médico quem definirá o que poderá ou não ser feito nesse tempo.
Seguindo à risca as orientações, a retomada da rotina será mais rápida e os resultados da cirurgia, ainda melhores. Após a cirurgia, é necessário treinamento para o correto manuseio da prótese, seja ela semirrígida ou inflável.
Se o paciente costumava ter orgasmos antes de receber a prótese peniana (semirrígida ou inflável), continuará a tê-los normalmente.

O mesmo vale para a capacidade de ejaculação. É recomendável consultar o urologista sobre os resultados esperados.

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