FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Características
do modo de falar mudam à medida que há piora na depressão. A partir desta
informação, pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos
desenvolveram um aplicativo que monitora a saúde mental de pacientes
diagnosticados com depressão.
Basicamente,
num cenário muito próximo o paciente pega o telefone e abre o aplicativo que
registra o que ele fala, pode ser sobre as atividades feitas durante o dia.
Algumas horas mais tarde, o terapeuta envia uma mensagem perguntando se o
paciente gostaria de marcar uma consulta.
A
pesquisa é parte de uma iniciativa interdisciplinar da Universidade para
projetar sistemas de monitoramento de saúde mental, com o foco no paciente.
Em vez
de depender exclusivamente relatos dos pacientes, estes sistemas poderão
monitorar os sintomas físicos e psicológicos da doença mental em uma base
regular e fornecer aos doentes e a médicos e psicólogos um retorno sobre os
avanços do tratamento.
O jeito
de falar é um marcador psicológico já conhecido entre os pesquisadores para
detectar a depressão. Estudos prévios identificaram diferença em
características como altura, intensidade e clareza na fala de pacientes antes e
depois do tratamento.
Os
pesquisadores da Universidade de Maryland usaram dados de seis pacientes, ao
longo de seis semanas. Eles compararam resultados dos pacientes em
questionários clínicos usados para medir depressão com os padrões de fala a
cada semana e encontraram uma correlação entre depressão e certas propriedades
acústicas.
Foi
observado que quando os pacientes estavam com depressão, o discurso tendia a
ser mais lento e com respirações entrecortadas.
A
equipe também descobriu que ocorrem aumentos de nervosismo e voz tremula, duas
medidas de perturbação acústica que medem a frequência e variação de amplitude
do som, respectivamente. O discurso nervoso e trêmulo tende a soar como uma voz
áspera e rouca.
O
próximo passo da pesquisa é repetir o estudo em uma população maior, desta vez
comparando padrões de fala em indivíduos sem histórico de doença mental com
aqueles com depressão para assim criar um perfil acústico da fala tópica da
depressão.
A
expectativa é que a tecnologia tenha grande aceitação entre crianças,
adolescentes e jovens, um grupo particularmente vulnerável a problemas de saúde
mental.
"Suas
emoções estão por toda a parte neste período da vida, e isso é quando eles
estão realmente em risco de depressão. Temos que chegar e descobrir uma maneira
de ajudar as crianças", disse Carol Espy-Wilson, pesquisadora que liderou
o estudo.
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