FONTE: Da Agência Lusa, em Genebra (noticias.uol.com.br).
Um total de 748
milhões de pessoas não tem acesso a água potável de forma sustentada em todo o
mundo e calcula-se que outros 1,8 bilhão usem uma fonte que está contaminada
com fezes, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (19) pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).
O estudo mostra que
2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento adequado e que 1 bilhão
defecam ao ar livre, nove em cada dez, em áreas rurais.
Os dados constituem
as principais conclusões do relatório Glass 2014, estudo feito a cada dois anos
pela OMS cujo título, este ano, é Investir em água e saneamento, aumentar o
acesso e reduzir as desigualdades.
O texto informa que o
acesso a água potável e ao saneamento adequado tem implicações num amplo leque
de aspectos, desde a redução da mortalidade infantil, passando pela saúde
materna, o combate às doenças infecciosas, a redução de custos sanitários e no
meio ambiente.
O estudo mostra que,
nas duas últimas décadas, 2,3 bilhões de pessoas conseguiram ter acesso às
fontes de águas melhoradas.
No mesmo período, o
número de mortes de crianças devido às doenças diarreicas – relacionadas com o
saneamento precário – caiu de 1,5 milhão em 1990 para 600 mil em 2012.
"Claro que
podemos dizer que se melhorou muito, mas 600 mil crianças continuam a ser um
número muito elevado", disse, em entrevista, Maria Neira, diretora de
Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.
Segundo dados da OMS,
se o acesso a água potável fosse melhorado e se fossem implementados serviços
de saneamento adequado, as mortes por diarreia poderiam ser reduzidas em cerca
de 70%.
O estudo calcula que
a cada dólar investido em serviços de água e saneamento pode-se obter um
retorno de 4,3 dólares, com a redução dos custos de saúde, o aumento da
produtividade no trabalho e a criação de novos empregos em indústrias
relacionadas com a gestão de resíduos.
"A água e o
saneamento são temas básicos de direitos humanos e têm um componente de gênero
essencial. No mundo são, majoritariamente as meninas que vão buscar água, o que
as impedem muitas vezes de frequentarem à escola", disse Maria Neira.
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