FONTE: Matheus Fortes, TRIBUNA DA BAHIA.
No entanto, a quantidade de vinho recomendada para
trazer os benefícios é de apenas um a dois cálices por dia, no máximo.
Com a
chegada da Semana Santa, várias famílias já estão se mobilizando para adquirir
os produtos da época, e, entre eles, um item que dificilmente falta na ceia
pascal é um líquido conhecida pelo seu viés religioso, assim como uma série de
especificidades do seu modo de fabricação: o vinho. Bebida milenar, originada
da uva, e de presença marcante nas celebrações cristãs, o vinho também é um
alimento saudável que previne contra doenças, e possibilita uma série de
benefícios a quem o consome moderadamente.
O
cardiologista Dr. Jadelson Andrade explica que os vinhos são ricos em
fitoesteróis, substâncias presentes nas uvas roxas, capazes de oxidar elementos
do organismo como o LDL colesterol. Dessa forma, se diminuem as placas de
gordura nas artérias, favorecendo a circulação sangüínea, e prevenindo contra
doenças cardiovasculares. “Essa substância também está presente no vinho
branco, porém é o no vinho tinto onde ela se encontra em maior quantidade”,
explica o médico.
A
substância, que nasce na uva, está presente em maior quantidade no vinho porque
durante a fermentação que ocorre para a fabricação da bebida há um processo
metabólico que favorece sua concentração e formação. Além disso, outros
elementos presentes no vinho têm uma atividade protetora do DNA e atuam
evitando o surgimento de células cancerosas.
No
entanto, a quantidade de vinho recomendada para trazer os benefícios é de
apenas um a dois cálices por dia, no máximo – ou, no caso da recente ocasião,
algo em torno de três a quatro taças, em um final de semana. O consumo abusivo
traz todos os malefícios comuns às bebidas alcoólicas: além da embriaguez, o
álcool em excesso compromete o fígado, podendo desenvolver uma cirrose
hepática. Por sua vez, a doença crônica progressiva, quando evoluída, pode
levar a diversas complicações, como hemorragias digestivas, encefalopatias, e,
em casos mais graves, leva a morte do paciente.
Melhor combinação para cada tipo de alimento.
Além
das ceias pascais, o vinho também costuma incorporar as mais diversas
refeições. Mas, existem técnicas que deixam o banquete ainda mais saboroso. Por
isso, nada melhor do que utilizar da harmonização para aliar os pratos típicos
com o melhor vinho da ocasião. “A harmonização é como um casamento perfeito
onde nenhum anule o outro: eu como, eu bebo, e no final, não tenho nem o gosto
da comida e nem o do vinho na boca”, explica a sommelier da Vinícola Salton,
Monica Coletti.
O
método mais utilizado para harmonizar o vinho e a comida é, por similaridade,
onde se pega uma característica do vinho, e a assimila com as características
do prato. Dessa forma, uma carne muito encorpada e gordurosa, por exemplo, pede
um vinho igualmente potente, estruturado, como é o caso dos vinhos tintos com
mais tempo de fabricação. Assim, uma carne tinto, mais suave – como um peixe
servido com molhos leves – é mais adequada para um vinho branco mais refrescante
e mais leve.
Outro
método, segundo a sommelier, é por oposição ou contraposição, no qual se
utiliza uma característica muito marcante no vinho, unindo com a característica
igualmente mais condizente com o gosto do alimento. Um vinho muito doce, por
exemplo, normalmente se utilizaria com um chocolate ou uma sobremesa
semelhantemente doce, mas, como diz o próprio nome, esse tipo de harmonização
se faz pelo contraste. Assim, é possível ousar e servir esta mesma bebida doce
com um queijo gorgonzola, que tem gosto forte, e muito salgado, e que se
contrapõe ao doce do vinho.
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