O relator especial
das Nações Unidas para o Direito à Água e ao Saneamento Léo Heller chamou a
atenção para o fato de que a falta de água em algumas cidades brasileiras
contribui para a propagação de doenças. Na avaliação de Heller, é preciso haver
intensificação da vigilância em saúde. "Nós já temos percebido em
algumas cidades brasileiras um aumento no registro do número de casos de
dengue, que pode estar muito associado à forma como a população armazena água,
com receio de faltar água no dia seguinte. E a deterioração da qualidade da
água e a diminuição da quantidade da água podem se agravar, se intensificar e
provocar um conjunto de desfechos na saúde, que incluem diarreia, outras
doenças infecciosas e verminoses", afirmou.
Para o relator,
medidas como o racionamento de água devem ser evitadas, porque acabam afetando
as pessoas mais pobres, que vivem em zonas rurais ou em favelas e também os
moradores de rua.
Manejo.
À Rádio ONU, Léo
Heller destacou que uma crise causada pela falta de chuvas não deveria ter se
convertido num problema de abastecimento de água. "É possível que
você tenha períodos de grande estiagem sem comprometer o acesso às pessoas.
Neste caso, um planejamento mais refinado, mais avançado, poderia ter evitado
que o problema acontecesse. É muito possível que medidas mais estruturais não
consigam ser adotadas no ano de 2015, porque tivemos pouca chuva na região
sudeste. É muito importante ter uma cuidadosa gestão da crise do abastecimento
de água." No seu primeiro ano como relator especial para o Direito à
Água e ao Saneamento, Léo Heller deve visitar um país na Ásia Central e outro
no sul da África, provavelmente Tajiquistão, Zâmbia ou Botswana.
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