sexta-feira, 3 de abril de 2015

MÉDICO TIRA DÚVIDAS SOBRE HIPERTENSÃO QUE AFETA MULHERES DURANTE A GRAVIDEZ...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

No Brasil, a hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas.


















A gestação é repleta de emoções e modificações no corpo da futura mamãe. Mas o cuidado com a saúde e a alimentação é essencial para prevenir possíveis problemas com a mãe e o bebê.
O ideal é fazer o acompanhamento médico para evitar possíveis complicações principalmente durante o parto, como a pré-eclâmpsia faz parte das doenças hipertensivas específicas da gestação (DHEG), atinge cerca de 10% das gestantes no mundo e pode causar problemas de saúde sérios, tanto para a mãe quanto para o bebê.
No Brasil, a hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5 e 7% das grávidas.
O médico Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Clínica Criogênesis, em São Paulo, esclarece as principais dúvidas sobre a hipertensão na gravidez.

O que é hipertensão gestacional?
Renato de Oliveira: 
É a presença, após 20 semanas de gestação, de hipertensão arterial sem perda de proteína acima do normal pela urina, em gestante sem história de hipertensão arterial nome geral das alterações pelo aumento dos níveis pressóricos durante a gestação. Porém, alguns conceitos devem ser explicitados. 
A hipertensão arterial é definida quando a pressão arterial sistólica atinge valores de no mínimo 140 mmHg e ou a pressão arterial diastólica atinge valor maior ou igual a 90 mmHg. 
Quando ela já existe previamente a gravidez ou é diagnosticada antes de 20 semanas de gestação, é considerada hipertensão crônica. Se ela surge durante a gravidez, causando uma instabilidade vascular, geralmente após a vigésima semana de gestação e com perda de proteína acima de 300 mg por decilitro pela urina em 90% dos casos, denomina-se pré eclampsia.
Se esta evoluir para uma complicação que é a convulsão, com todos os riscos para a mãe e para o filho, passa a se chamar eclâmpsia. 

Quais as causas da hipertensão gestacional?
Renato de Oliveira: 
No caso das crônicas, a essencial ou primária é a principal causa. Destaca-se fatores predisponentes como os genéticos, alimentares e o estresse.
A causa secundária mais comum são as doenças do rim que cursem com a hipertensão. Tanto a pré-eclâmpsia quanto a eclâmpsia possuem uma causa ainda não totalmente entendida.
Porém acredita-se em um erro na formação de eficiente comunicações entre os vasos do útero e da placenta, levando a uma crescente lesão dos demais vasos pela instabilidade formada. Isto propiciaria a hipertensão e os sinais e sintomas associados.

Quais são os sintomas e consequências da doença?
Renato de Oliveira: 
Dores de cabeça, tonturas, náuseas, alterações visuais, dores na região do estômago, além de sinais como inchaços nas pernas, aumento dos reflexos e urina espumosa. Como consequência, convulsão, sequelas neurológicas para o bebê e todos os riscos da prematuridade, por exemplo. 

Existe um perfil de mulheres que desenvolvem a hipertensão gestacional?
Renato de Oliveira: 
Mulheres que engravidam tardiamente costumam ter maior chance de desenvolver o problema. Antecedente de hipertensão fora da gestação ou na gravidez anterior, além de gestações múltiplas, também são fatores de risco para doenças hipertensivas específicas da gestação, por exemplo. 

Quais as precauções que devem ser tomadas para as mulheres que sofrem com pressão alta e desejam engravidar?
Renato de Oliveira: 
Para quem sofre com hipertensão crônica é necessário tomar uma série de cuidados, já que a possibilidade de piora dos níveis pressóricos pode levar ao desenvolvimento da DHEG.
Uma das orientações é tentar programar com antecedência a gravidez conforme orientação médica. Alimentação saudável, controle de peso e atividade física supervisionada também são fundamentais.

Quais os cuidados que as mulheres que têm DHEG precisam ter antes, durante e depois da gestação?
Renato de Oliveira: 
Antes da gravidez, caso tenha apresentado em gestação anterior, é um bom acompanhamento médico a fim de avaliar se houve algum comprometimento de algum sistema e manter hábitos saudáveis.
Durante a gravidez, caso já tenha antecedente, o uso supervisionado por um médico de cálcio e ácido acetilsalicílico (AAS) reduzem em muitas mulheres as complicações da hipertensão na gravidez.
Além disso, controle pressórico rigoroso com uso de medicações antihipertensivas quando recomendadas.  
Após a gravidez, manter seguimento médico a fim de avaliar a necessidade de manter antihipertensivos ou se há a possibilidade de suspendê-los, assim como uma avaliação de repercussões no organismo pós a gestação.

Dá para se prevenir a hipertensão gestacional?
Renato de Oliveira: 
A melhor forma de tentar prevenir, ou minimizar os efeitos das doenças hipertensivas na gestação é a realização de um bom pré natal. Medidas como uso de cálcio e AAS, quando indicados, assim como hábitos saudáveis, como a alimentação com baixo teor de sal e rigoroso controle de massa corporal, dormir bem, exercícios de relaxamento, por exemplo, podem contribuir no controle pressórico. Seguir as orientações médicas são atitudes que, com certeza, vão fazer a diferença para você e para o seu bebê.


Quem teve hipertensão na gravidez tem mais chance de ter pressão alta ao longo da vida?
Renato de Oliveira: C
ertamente. Isto já é bem estabelecido e sempre há a orientação de manter seguimento médico com todas as orientações de uma boa prática de hábitos saudáveis.

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