Os dados são de uma
pesquisa realizada pela ONU Mulheres e pelo portal Papo de Homem, que lançará
documentário nesta terça-feira (1), no Cinemark do Salvador Shopping.
Um
país que reconhece que é machista – mas onde os homens não necessariamente se reconhecem
individualmente assim. Essa é uma das afirmações que podem ser feitas a partir
de uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres e pelo portal Papo de Homem que
mostrou que 81% dos homens concordam que o machismo ainda é recorrente no
Brasil. Entre as mulheres, essa opinião é compartilhada por 95% das que
participaram do estudo.
Só
que, embora considerem o país machista, a maioria dos homens não se vê assim:
apenas 3% dos homens se consideram bastante machistas. A pesquisa foi dividida
em duas etapas: uma qualitativa, que entrevistou 40 pessoas, entre
influenciadores e especialistas em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife; e uma
quantitativa, em que ouviu 20 mil pessoas online em todo o país.
Além
do estudo, o projeto resultou em um documentário que também faz parte do
movimento global ElesPorElas (HeForShe). Intitulado “Precisamos falar com os
homens? Uma jornada pela igualdade de gênero”, a produção será apresentada em
uma sessão exclusiva no Cinemark do Salvador Shopping, nesta terça-feira (1).
Além
da apresentação do documentário, o evento ainda terá uma mesa redonda que vai
discutir a pesquisa, apresentando os resultados. O debate terá a presença da
secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Olívia Santana; da
representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, da gerente de programas
da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino; da representante do Instituto Odara,
Valdecir Nascimento; do pesquisador em Gênero e Masculinidades do Instituto
Papai, Benedito Medrado, e do sociólogo e pesquisador do Núcleo de Estudos dos
Marcadores Sociais da Diferença, Gustavo Venturi.
A
programação vai das 10h às 13h. As inscrições foram encerradas no dia 24 de
outubro, mas o filme ficará disponível no canal da ONU Mulheres no YouTube e poderá ser assistido gratuitamente, a
partir de novembro.
Debate urgente e necessário.
De acordo com a ONU Mulheres, o objetivo do estudo era saber mais sobre como as pessoas se sentem em relação ao tema, de forma a encontrar caminhos rumo a uma sociedade mais igualitária e com mais diálogo entre os gêneros. “O debate público sobre os direitos das mulheres está na ordem do dia. A pesquisa revela como as desigualdades de gênero afetam mulheres e homens no Brasil”, disse a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.
De acordo com a ONU Mulheres, o objetivo do estudo era saber mais sobre como as pessoas se sentem em relação ao tema, de forma a encontrar caminhos rumo a uma sociedade mais igualitária e com mais diálogo entre os gêneros. “O debate público sobre os direitos das mulheres está na ordem do dia. A pesquisa revela como as desigualdades de gênero afetam mulheres e homens no Brasil”, disse a representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.
O
levantamento ainda apontou que estereótipos do comportamento masculino causam
dificuldades para os homens, já que 66,5% deles disseram não conversar com os
amigos sobre medos e sentimentos. Outros 45% disseram que não gostam de se
sentir responsáveis pelo sustento financeiro da casa e 45,5% disseram que
gostariam de se expressar de modo menos duro ou agressivo.
Os
homens consultados disseram ser difícil lidar com a figura de “herói durão” e
do ideal da virilidade dominante na sociedade. Segundo a pesquisa, 56,5% dos
homens entrevistados disseram que gostariam de ter uma relação mais próxima com
os amigos, enquanto 54% disseram que gostariam de ter mais liberdade para
explorar hobbies pouco usuais, sem serem julgados.
O
estudo também identificou como as mulheres percebem o papel dos homens em sua
vida e na sociedade. A pesquisa constatou que os homens ainda não sabem lidar
com mudanças de posição na hierarquia social, o que faz com que busquem provar
sua masculinidade. “O estudo traz elementos mais concretos sobre as discussões
sobre a igualdade de gênero, para a revisão e a repactuação de papéis de
gênero, assim como as transformações necessárias para o fim do machismo”,
completou Nadine.
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