segunda-feira, 24 de outubro de 2016

MAIS DE 2 MIL BARES E RESTAURANTES JÁ FECHARAM AS PORTAS NOS ÚLTIMOS 12 MESES...

FONTE: Alex Ferraz, TRIBUNA DA BAHIA.


O que gerou a demissão de cerca de 20 mil pessoas.

Mais de dois mil bares e restaurantes já fecharam as portas em Salvador nos últimos 12 meses, o que gerou a demissão de cerca de 20 mil pessoas. A informação, em tom de desabafo, foi dada ontem à Tribuna por Sílvio Pessoa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Bahia e vice-presidente da Confederação Nacional de Turismo. Pessoa se mostra alarmado com a situação e não acredita em uma recuperação a curto prazo.
Ele faz um desafio: “passe na Pituba, à noite, e veja quantos bares e restaurantes estão abertos. São pouquíssimos. Há bares tradicionais que antes ficavam lotados e hoje funcionam quase vazios, além de restaurantes de alto nível fazendo promoção em cardápios.”
O executivo contabiliza ainda que “nosso couvert médio (como se classifica o gasto médio per capita dos clientes) sofreu uma redução de mais de 40%. Estamos todos, bares, restaurantes e hotéis, empurrando uma grande bola de neve com a barriga e temendo muito mais falências.”
 
PREÇOS.

Silvio Pessoa  não tem meias palavras ao comentar o mais recente aumento nos preços de cerveja e refrigerantes. “A verdade é que o Brasil vive uma grande crise e os governos, na ânsia e aumentar a arrecadação, elevam os impostos, o que gera essa subida de preços.”
A situação de crise é confirmada pelo proprietário do sofisticado restaurante Além do Cais, localizado na Rua Direita de Santo Antônio, Robson Santos. Ele disse que evita ao máximo repassar os aumentos, inclusive das bebidas, para o cardápio, mas, se antes trabalhavam basicamente com vinhos, “hoje tenho que oferecer opções mais baratas, como a cerveja. O vinho teve um aumento significativo.”
Ele também contabiliza aumento os preços dos refrigerantes e até mesmo da água mineral. “Na verdade temos que nos esforçar bastante para evitar repassar esses aumentos para o cardápio, até porque, com essa crise, o movimento caiu muito e não podemos assustar o cliente.” Robson diz que os reajustes só são passados quando fica impraticável praticar o mesmo preço.
Todavia, ele explica que tem feito outros malabarismos para encontrar preços em conta, no que diz respeito à comida: “Tivemos que adequar nosso cardápio, até mesmo substituindo alguns itens nobres por outros mais baratos. No entanto, isso não influencia na qualidade. Fazemos também promoções. Por exemplo, se eu encontro um polvo de boa qualidade e com preço bom, compro em quantidade e aí faço promoções do tipo ‘prato da semana’ ou algo semelhante.”
SEM CRISE.
É raro, mas há quem não se queixe do momento atual. Um deles é o conhecido Edinho (Edson Alípio de Lima), que há 42 anos mantem o Bar e Restaurante do Edinho, sendo o mais antigo concessionário da Ceasinha do Rio Vermelho.
De um lado, ele reconhece que o preço da cerveja, por exemplo, tem subido muito, mas diz que até agora evitou repassar o aumento para o cardápio. Edinho trabalha exclusivamente com a cerveja Itaipava Premium, que ele vende a R$ 9 a garrafa de 600ml. “Já sofri pressão dos meus colegas da Ceasinha para aumentar o preço, mas não posso fazer isso. Prefiro até reduzir um pouco a margem de lucro, mas manter os clientes.”
No entanto, ele não se queixa da freqüência de clientes na Ceasinha: “Em relação a isso, nós estamos bem, aqui. Não tenho do que me queixar. É bem verdade, que o movimento maior é sempre no começo de mês, mas vamos bem.”

Edinho também faz cotações de preços antes de comprar alimentos: “Por exemplo, como compro em quantidade costumo ir à Ceasa mas sempre comparo com preços de outros locais, como Feira de São Joaquim. Na verdade, os preços subiram muito, mas alguns produtos tendem a se estabilizar. Por exemplo, o feijão que uso aumento de R$ 2,60 o quilo, que era o preço de uns quatro meses atrás, e chegou a mais de R$ 12, mas agora caiu um pouco e já encontro a R$ 6, em média.” 

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