FONTE: Alex Ferraz, TRIBUNA DA BAHIA.
O que gerou a demissão de cerca de 20 mil pessoas.
Mais de
dois mil bares e restaurantes já fecharam as portas em Salvador nos últimos 12
meses, o que gerou a demissão de cerca de 20 mil pessoas. A informação, em tom
de desabafo, foi dada ontem à Tribuna por Sílvio Pessoa, presidente do
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Bahia e vice-presidente
da Confederação Nacional de Turismo. Pessoa se mostra alarmado com a situação e
não acredita em uma recuperação a curto prazo.
Ele faz
um desafio: “passe na Pituba, à noite, e veja quantos bares e restaurantes
estão abertos. São pouquíssimos. Há bares tradicionais que antes ficavam lotados
e hoje funcionam quase vazios, além de restaurantes de alto nível fazendo
promoção em cardápios.”
O executivo contabiliza ainda que “nosso couvert médio
(como se classifica o gasto médio per capita dos clientes) sofreu uma redução
de mais de 40%. Estamos todos, bares, restaurantes e hotéis, empurrando uma
grande bola de neve com a barriga e temendo muito mais falências.”
PREÇOS.
Silvio Pessoa não tem meias palavras ao comentar o mais recente aumento nos preços de cerveja e refrigerantes. “A verdade é que o Brasil vive uma grande crise e os governos, na ânsia e aumentar a arrecadação, elevam os impostos, o que gera essa subida de preços.”
PREÇOS.
Silvio Pessoa não tem meias palavras ao comentar o mais recente aumento nos preços de cerveja e refrigerantes. “A verdade é que o Brasil vive uma grande crise e os governos, na ânsia e aumentar a arrecadação, elevam os impostos, o que gera essa subida de preços.”
A
situação de crise é confirmada pelo proprietário do sofisticado restaurante
Além do Cais, localizado na Rua Direita de Santo Antônio, Robson Santos. Ele
disse que evita ao máximo repassar os aumentos, inclusive das bebidas, para o
cardápio, mas, se antes trabalhavam basicamente com vinhos, “hoje tenho que
oferecer opções mais baratas, como a cerveja. O vinho teve um aumento
significativo.”
Ele
também contabiliza aumento os preços dos refrigerantes e até mesmo da água
mineral. “Na verdade temos que nos esforçar bastante para evitar repassar esses
aumentos para o cardápio, até porque, com essa crise, o movimento caiu muito e
não podemos assustar o cliente.” Robson diz que os reajustes só são passados
quando fica impraticável praticar o mesmo preço.
Todavia,
ele explica que tem feito outros malabarismos para encontrar preços em conta,
no que diz respeito à comida: “Tivemos que adequar nosso cardápio, até mesmo
substituindo alguns itens nobres por outros mais baratos. No entanto, isso não
influencia na qualidade. Fazemos também promoções. Por exemplo, se eu encontro
um polvo de boa qualidade e com preço bom, compro em quantidade e aí faço
promoções do tipo ‘prato da semana’ ou algo semelhante.”
SEM
CRISE.
É raro, mas há quem não se queixe do momento atual. Um deles é o conhecido
Edinho (Edson Alípio de Lima), que há 42 anos mantem o Bar e Restaurante do
Edinho, sendo o mais antigo concessionário da Ceasinha do Rio Vermelho.
De um
lado, ele reconhece que o preço da cerveja, por exemplo, tem subido muito, mas
diz que até agora evitou repassar o aumento para o cardápio. Edinho trabalha
exclusivamente com a cerveja Itaipava Premium, que ele vende a R$ 9 a garrafa
de 600ml. “Já sofri pressão dos meus colegas da Ceasinha para aumentar o preço,
mas não posso fazer isso. Prefiro até reduzir um pouco a margem de lucro, mas
manter os clientes.”
No
entanto, ele não se queixa da freqüência de clientes na Ceasinha: “Em relação a
isso, nós estamos bem, aqui. Não tenho do que me queixar. É bem verdade, que o
movimento maior é sempre no começo de mês, mas vamos bem.”
Edinho
também faz cotações de preços antes de comprar alimentos: “Por exemplo, como
compro em quantidade costumo ir à Ceasa mas sempre comparo com preços de outros
locais, como Feira de São Joaquim. Na verdade, os preços subiram muito, mas
alguns produtos tendem a se estabilizar. Por exemplo, o feijão que uso aumento
de R$ 2,60 o quilo, que era o preço de uns quatro meses atrás, e chegou a mais
de R$ 12, mas agora caiu um pouco e já encontro a R$ 6, em média.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário