FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
As pessoas, em geral,
costumam se basear em sinais não verbais, como olhares ou sorrisos insinuantes,
para intuir se o outro está interessado sexualmente nela. Esse efeito da
linguagem corporal é automático. Mas pesquisadores descobriram que esse
julgamento rápido também é influenciado pela beleza e pela forma de se vestir
de uma mulher.
Em um estudo na
Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, psicólogos convidaram 500 estudantes
universitários (sendo 220 do sexo masculino) para avaliar fotografias de
diferentes mulheres, e dizer quais delas demonstravam estar “abertas” para uma
investida.
Os resultados mostram
que muitos jovens confundem uma aparência mais provocante como um sinal de
interesse sexual, inclusive as do sexo feminino que viram as fotografias. Mas,
enquanto eles levam mais em conta o quanto a mulher está atraente, na hora de
fazer o julgamento, elas prestam mais atenção nos sinais não verbais e na roupa
da garota.
Como observam os autores,
julgar as intenções de uma mulher pela aparência é perigoso, e pode, muitas
vezes, levar a situações de assédio ou abuso. Então, a equipe, coordenada por
Teresa Treat, decidiu apurar se orientar os jovens poderia evitar esse tipo de
mal-entendido.
Em um segundo
experimento, metade dos participantes do experimento teve uma “aulinha” sobre
linguagem corporal e expressões faciais, antes de ser exposta às fotos. A ideia
era dar algumas pistas que indicam quando uma mulher está interessada em um
homem. Depois da intervenção, os jovens ficaram mais atentos aos sinais não
verbais ao invés de se basear tanto na aparência das moças retratadas.
Mas os pesquisadores
também perceberam que indivíduos com certas crenças equivocadas, como a de que
mulheres sentem prazer em ser abordadas de forma mais violenta, ou de que
certas mulheres “pedem” para ser estupradas, foram mais propensos a confundir
atratividade com interesse sexual.
As pesquisas,
publicadas na revista Psychonomic Bulletin & Review, fazem pensar
que está na hora de desfazer alguns conceitos que alimentam a cultura do
estupro nas aulas de educação sexual, tanto as que supostamente ocorrem nas
escolas, como também em casa. E pode ser que incluir noções de comunicação não
verbal no pacote também seja uma boa ideia.
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