Você sabia que boa parte - ou maioria - dos casos de
dificuldade para engravidar se dá justamente por conta da infertilidade do
homem? É nesse momento que a consulta com um especialista faz toda a diferença,
de acordo com o urologista e especialista em saúde masculina e fertilidade,
Guilherme Leme, que listou seis causas para o problema.
Não
dá para falar no assunto sem mencionar os anabolizantes. Principalmente porque
nas academias o assunto é popular e está associado a uma suposta melhoria de
desempenho no treino. O que poucos sabem, e até mesmo ignoram, são os efeitos
colaterais do uso dessas substâncias.
“Os
esteroides anabolizantes podem gerar um ambiente intratesticular desfavorável,
que pode levar à fibrose do testículo com possibilidade de dano permanente à
produção de espermatozoides. Infelizmente, mesmo sabendo dos riscos, os mais
jovens deixam a preocupação dos efeitos adversos e preferem a estética”,
observa o urologista.
Outro
ponto desconhecido pela maioria dos homens são as anormalidades encontradas no
espermograma, sendo as mais comuns a oligozoospermia (redução no número de
espermatozoides presentes na ejaculação), a astenozoospermia (diminuição da
capacidade de movimentação dos espermatozoides) e a teratozoospermia (defeitos
no formato dos gametas masculinos).
Quando
o problema é a quantidade de espermatozoides reduzida, as causas mais
frequentes são os desajustes hormonais, os problemas testiculares causados por
exposição a substâncias medicamentosas ou não, e até mesmo causas genéticas. Já
os problemas de movimentação espermática costumam estar mais relacionados a
infecções que passam despercebidas, problemas de ordem imunológica ou defeitos
na formação da cauda dos espermatozoides.
Os
defeitos de formato, por sua vez, são habitualmente relacionados a situações de
stress biológico ao organismo como um todo, como em fumantes, pessoas muito
expostas à poluição ou indivíduos realizando tratamentos médicos
crônicos. Leme acrescenta que que as possibilidades de gestação envolvem
perfeitas condições biológicas do casal, e por isso o sucesso dependerá também
das condições de saúde e idade da parceira.
A
varicocele (dilatação das veias dos testículos) é mais uma pedra do caminho do
casal com planos de gerar filho. Embora há casos onde o homem consiga conviver
com a alteração sem prejuízos, até 40% do total de diagnosticados podem
apresentar piora da qualidade do sêmen e dificuldade em conseguir gestação.
“De
todas as causas de infertilidade que podem acometer o homem, a varicocele é sem
dúvida aquela em que a atuação médica mais pode contribuir. A microcirurgia
para correção da varicocele pode não só aumentar as chances de gestação
espontânea, mas também incrementar as possibilidades de sucesso de tratamentos
como a fertilização in vitro ou a inseminação intrauterina”, explica.
Também
não é novidade para ninguém que os hábitos como o tabagismo é prejudicial à
saúde. Pesquisas apontam que 35% dos homens em idade reprodutiva que fumam,
estão sujeitos a redução na qualidade do sêmen, incluindo concentração de
espermatozoides, motilidade, morfologia e funcionalidade espermática, além das
alterações nos níveis hormonais. O uso excessivo de álcool e de drogas como a
maconha também afetam diretamente o funcionamento dos gametas masculinos.
Popular
em todas as idades, o smartphone entrou para a lista de item que causa o
problema e foi tema de pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de
Newcastle, na Austrália. Os estudos apontam evidencias suficientes para dizer
que a radiação emitida pelo aparelho diminui e prejudica a qualidade do
esperma.
“O
celular é carregado muito perto do genital e sabemos que ele realmente emite
ondas. De certa forma, isso pode causar impactos negativos”, diz. "Não
podemos ser categóricos em apontar este ponto como crucial, mas pode ser
interessante manter o celular longe do bolso da calça.", complementa.
Não
é exagero quando os médicos recomendam atividades físicas e controle de peso
como forma de prevenção de doenças. Estar obeso ou estressado aumenta a
predisposição também para infertilidade. A explicação é simples: alterações
hormonais que levam à diminuição no número de espermatozoides e a problemas
como redução da potência e dificuldade de ejaculação.
Em
todos os casos dois passos são importantes, de acordo com Leme. “O primeiro
deles é cultivar hábitos saudáveis, que só terão a contribuir em termos de
otimização da fertilidade. O segundo é sempre procurar a orientação de um
médico, que vai investigar e tratar as verdadeiras causas do problema, o que
certamente encurtará o caminho até a gravidez”.
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