sábado, 22 de outubro de 2016

AMBEV APOIA MILHO E ARROZ NA CERVEJA: "MUITO CHATO SE TODAS FOSSEM IGUAIS"...

FONTE: Afonso Ferreira*, Do UOL, em Passo Fundo (RS), (economia.uol.com.br).


Alvo de críticas por incluir cereais não maltados --como milho e arroz-- nas cervejas, a Ambev defendeu a prática e disse que ela é positiva para o mercado cervejeiro. A fabricante é dona de marcas como Skol, Brahma e Antarctica.

"O mundo seria muito chato se todas as cervejas fossem iguais", disse o diretor-geral da empresa, Bernardo Pinto Paiva, referindo-se às cervejas que levam apenas água, lúpulo e malte em sua composição. "Quem é contra arroz, milho e outras misturas na cerveja é contra a diversidade", declarou.

Puro malte?

Para ser considerada puro malte, a cerveja não pode ter adição de cereais não maltados. No Brasil, a legislação permite que as cervejas tenham até 45% desses cereais na composição total dos ingredientes.

A crítica às cervejas com cereais não maltados tem como base a chamada Lei da Pureza, ou Reinheitsgebot no original, instituída na Alemanha em abril de 1516. Segundo ela, os únicos ingredientes permitidos na fabricação deveriam ser água, cevada e lúpulo. Na época, a levedura ainda não entrava na lista porque era considerada uma dádiva dos céus, de acordo com a enciclopédia "Larousse da Cerveja".

Até hoje, algumas empresas no mundo e no Brasil ainda seguem essa regra quando fabricam seus próprios rótulos. Para Paiva, da Ambev, no entanto, essa receita está atrasada e inibe a criatividade na produção de cervejas. "Não existe certo ou errado em cerveja. Se quiser colocar gengibre, rapadura ou outro ingrediente, qual o problema?", pergunta.

Cerveja mais leve.

O uso de arroz e milho tem a função de suavizar a cerveja, ou seja, deixá-la menos amarga e mais clara, afirma o mestre-cervejeiro da Ambev Luciano Horn.

Segundo ele, a cerveja em outros lugares do mundo também tem ingredientes diferentes. "Cada região usa aquilo que tem para fazer cerveja. A Alemanha tem cevada. A China e o Brasil têm arroz. Mas isso não significa que uma é melhor do que a outra, é questão de gosto", diz.

De acordo com especialistas, todos os cereais são fontes de açúcares fermentáveis e capazes de transformar-se em álcool, mas os maltes de cevada e trigo conferem à bebida um sabor mais marcante do que o milho e o arroz.

Encontro com agricultores.

Paiva e Horn participaram, nesta quinta-feira (20), de um encontro com produtores rurais em um campo de pesquisa em cevada que a Ambev mantém em Passo Fundo (RS).

Cerca de 250 agricultores estiveram no encontro para aprenderem sobre novas variedades da cevada e técnicas de cultivo, segundo a empresa.


*O repórter viajou à convite da Ambev

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