FONTE: Da Redação, TRIBUNA DA BAHIA.
Experimentos de Codevasf e Embrapa confirmam
viabilidade do plantio da fruta e indicam perspectivas promissoras também para
a pera e o caqui.
A maçã do Submédio
São Francisco, fronteira da Bahia com Pernambuco, começa a chegar ao mercado.
Fruta originária de
países frios da Ásia e da Europa, a viabilidade de seu plantio no semiárido
passou pelo crivo do cultivo experimental realizado em parceria entre a Embrapa
Semiárido e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf), que visa a desenvolver frutíferas alternativas como maçã, pêra e
caqui.
“O plantio ainda está
em fase de validação para que possamos fechar o pacote tecnológico que
permitirá o cultivo em larga escala, mas os primeiros resultados são animadores”,
afirma o superintendente da Codevasf em Petrolina, Aurivalter Cordeiro, que
participou nesta terça-feira (25), com um grupo de engenheiros e técnicos, de
um dia de campo no projeto público de irrigação Nilo Coelho.
A maçã que começa a
chegar, ainda em pequena escala, ao mercado da região, é das variedades
Julieta, Eva e Princesa, e vinha sendo testada em lotes experimentais de cinco
produtores do projeto, meio hectare cada.
A produtividade da
fruta atingiu 40 toneladas por hectare.
O agricultor Teófilo
Corcino afirma que a expectativa é ampliar o mercado e aprimorar cada vez mais
a qualidade da produção. A maçã cultivada em seu lote começa a ser
comercializada para Recife (PE) e Feira de Santana (BA).
“Estamos trabalhando,
acreditando na potencialidade da produção de maçã na região do Vale do São
Francisco”, frisa Corcino.
A pera é outra aposta
promissora: ela atingiu 60 toneladas por hectare e boa suculência, mas ainda
precisa ser aprimorada, segundo informa Osnan Soares Ferreira, engenheiro da
Codevasf em Petrolina.
“Os experimentos com
o caqui estão também bem avançados e com ótimas perspectivas”, afirma Ferreira.
O coordenador da
pesquisa, Paulo Roberto Lopes, engenheiro agrônomo da Embrapa, observa que os
estudos prosseguem e que o maior desafio foi adaptar frutas que exigem até 350
horas de frio de 7,2° C ao calor do semiárido.
Apelo comercial.
Entre as culturas
pesquisadas, a pera apresenta forte apelo comercial, já que a produção nacional
não atinge nem 10% do total consumido.
O consumo atual é da
ordem de 180 mil toneladas, sendo a maior parte importada da Argentina, Estados
Unidos, Uruguai, Chile e países europeus.
Da busca por novas
opções de cultivo para o Vale do São Francisco nasceu o projeto “Introdução e
Avaliação de Cultivos Alternativos para as Áreas Irrigadas do Semiárido
Brasileiro”.
Desde 2005 vêm sendo
implantados e mantidos nos perímetros irrigados Senador Nilo Coelho e
Bebedouro, em Petrolina (PE), experimentos com pereira, macieira, caquizeiro,
cacaueiro e outras culturas típicas de clima temperado.
As culturas
escolhidas para os estudos foram aquelas produzidas sob irrigação com bom
potencial de retorno econômico.
Os plantios são
feitos nas estações experimentais da Embrapa e em áreas de produtores em
perímetros de irrigação que manifestaram interesse em participar da pesquisa. O
acompanhamento das atividades é feito semanalmente.
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