Seja
em filmes, desenhos animados ou ao lado da cama na casa da vovó, a clássica
imagem de uma dentadura em um copo d’água causa impacto. Uns sentem medo,
outros repulsa e outros acham graça. Mas apesar de ser um costume antigo
retirar todos os dentes para fugir de problemas de saúde bucal, muitas pessoas
ainda recorrem às próteses dentárias. No Brasil existem projetos para auxiliar
pessoas que perderam os dentes, como o Brasil Sorridente. Somente em 2013 o
programa entregou 471 mil dentaduras.
Para
Rogério Adib Kairalla (CROSP 25635), membro do Conselho Regional de Odontologia
de São Paulo (CROSP), o uso de dentaduras é uma questão que ficou no passado.
Ele conta que, antigamente, existia uma cultura de que era melhor retirar todos
os dentes do que tratar possíveis doenças, ou até mesmo como forma de
evitá-las. “Além do sofrimento que as pessoas achavam que poderiam ter,
imaginavam que resolveriam melhor os problemas colocando uma prótese total”,
afirma. Mas, pelo contrário, o uso de dentaduras pode comprometer para a saúde
geral.
Ao
longo do tempo, os dentes da dentadura – feitos de resina – desgastam, perdendo
a eficiência de corte dos alimentos. Segundo Rogério, a eficiência mastigatória
de uma pessoa com prótese é de 20% a 30% de alguém que manteve os dentes.
“Vamos evitar problemas nos dentes, só que a pessoa coloca uma prótese que
diminui a qualidade de mastigação, portanto, o alimento vai ser menos
triturado, o que dificulta a digestão”, afirma. Além disso, a prótese é somente
apoiada na mucosa, que, aos poucos, se reabsorve e diminui a retenção. “O que
acontece: essa prótese começa a soltar, a boca começa a ter lesões porque ela
fica instável e isso acaba prejudicando ainda mais o paciente em termos de
saúde”, explica. No uso de dentaduras, além de diminuir a eficiência
mastigatória, diminui também a sensação gustativa, pois as papilas gustativas
são tampadas pelas próteses em alguns canais, como no céu da boca.
O
uso de dentaduras faz parte da vida de muitos idosos. Lydia Anna Endler, de 78
anos, usou sua primeira ponte móvel aos 14 anos, quando ainda tinha alguns
poucos dentes. Meses depois, os dentes que ainda restavam foram arrancados para
darem lugar à uma prótese total. Ao longo da sua vida, teve algumas
consequências pelo uso. Como na última troca de dentadura, em que demorou muito
tempo para se adaptar à nova mordida, pois ficava solta na boca. “Eu não
conseguia comer, emagreci 12 kg em pouco tempo”, relata.
Rogério
explica que é necessário uma fase de adaptação quando se faz o uso de
dentaduras, já que pode gerar lesões e dificuldade para se alimentar.
Entretanto, hoje há a opção de implantes, mais requisitada nos últimos 30 anos.
Eles são feitos de uma estrutura de titânio, como se fosse a raiz do dente, que
é colocada no maxilar. Depois, o dentista pode posicionar os dentes
substitutos. Anteriormente, há uma realização de inúmeros exames, pois nem todo
paciente está apto para fazer o tratamento.
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