Validade cairia para 1 ano.
O
Ministério da Saúde se prepara para fazer o fracionamento da vacina contra
febre amarela. "A decisão vai depender do quanto a gente necessitar no
momento", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Diante do aumento da
pressão de Estados para ampliar a oferta de imunizantes e das filas enfrentadas
em áreas onde não há risco da doença, a pasta encomendou um levantamento às
secretarias de saúde para verificar qual a necessidade de ampliação da
oferta.
A
hipótese de importação de doses, estratégia inicial do governo, foi colocada em
segundo plano ontem, depois de produtores internacionais informarem não ter o
item disponível para entrega. O Estado apurou que o ministério encomendou à
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) um pedido para avaliar preço e
disponibilidade de seringas para o fracionamento. A decisão deve ser anunciada
na terça-feira.
De
acordo com a Opas, não há ainda uma definição sobre o preço do produto ou sobre
quando a entrega poderá ser feita. Essas seringas especiais têm tamanho menor,
padronizado para a dose "diluída" da vacina. Barros afirmou que uma
sondagem também está sendo feita para a compra de diluentes.
Caso o
fracionamento seja decidido, a estratégia será estendida para todo o País.
"A vacina fracionada só não será dada para menores de 5 e para maiores de
60 anos", disse o ministro.
Na
estratégia, já adotada em países africanos, a vacina é diluída de forma que uma
dose seja transformada em cinco. Estudos demonstram que, no processo, o efeito
protetor se mantém, mas por um prazo muito menor do que a vacina tradicional:
12 meses em vez de 10 anos.
Em
entrevista à reportagem na terça-feira, o ministro afirmou que o fracionamento
seria o último recurso. Isso pela desvantagem da validade curta. Passado um
ano, o governo teria de providenciar mais vacinas para imunização.
A opção
pelo fracionamento ganhou força também diante do aumento da pressão. Depois de o
Rio anunciar que estenderia a imunização para toda população até o fim do ano -
o que significa 15 milhões de doses a mais do que o planejado -, foi a vez de a
Bahia solicitar ontem reforço das entregas, também com o objetivo de ofertar
segurança para todo o Estado. A decisão do governo baiano foi tomada em virtude
da confirmação da morte de macacos provocada pela doença.
Integrantes
do governo federal destacam que, qualquer que seja a solução adotada em curto
prazo, terá de ser feita com a vacina produzida por Bio-Manguinhos, da Fiocruz,
e com as 3,5 milhões de doses já enviadas pela Opas. Há também a possibilidade
de remanejamento de estoques. Barros disse que no Espírito Santo, por exemplo,
depois de uma corrida aos postos, a imunização não tem grande procura.
"Pedi que o Estado avalie ceder parte das doses."
Ansiedade.
Criticado
por especialistas, o ministro defendeu a ação. "Isso significa um conforto
à população. Estamos atendendo a uma ansiedade." E reiterou não haver
falta da vacina. "Está sendo distribuída de acordo com as cota
estabelecida."
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