Um novo ensaio clínico
descobriu que os fumantes têm 2,5 vezes mais chances de deixar o cigarro após
três meses de tratamento baseado no Facebook, do que se
fossem encaminhados a outro tipo de programa online visando o mesmo fim.
Para o estudo, os
pesquisadores criaram o Tobacco Status Project, um programa motivacional
de 90 dias no qual os participantes foram separados em grupos privados no
Facebook, adaptados à vontade de cada um para deixar de fumar.
A intervenção consistiu
em vários métodos, incluindo posts diários, sessões semanais de perguntas e
respostas ao vivo, além de sessões semanais de aconselhamento
cognitivo-comportamental ao vivo com um conselheiro especializado no tema.
Este foi o primeiro
estudo a testar a eficácia de uma intervenção sobre o tabagismo feita
inteiramente nesta rede social e também a utilizar a abstinência bioquímica do
fumo. Os resultados foram publicados na revista Addiction.
O grupo de controle
recebeu um encaminhamento para o site Smokefree.gov, do National Cancer
Institute, e foi encorajado a usá-lo ativamente durante o período do estudo.
A amostra foi
semelhante a população de fumantes dos Estados Unidos. Ao todo, 500 pessoas
participaram: 45% eram homens, 73% eram brancos e 87% eram fumantes diários. A
média de idade foi de 21 anos. Os participantes não precisaram parar de fumar
para participar do estudo.
Os autores avaliaram a
abstinência no início, depois aos três, seis e 12 meses. Todos tinham a chance
de receber um incentivo monetário total possível de US$ 100 (R$ 367, em média).
Resultados.
A conclusão dos
pesquisadores é que a mídia social teve um efeito significativo no sentido de
fazer os participantes deixarem de fumar durante esse período de 90 dias,
quando a intervenção estava ativa, embora esse efeito não tenha se sustentado
no período de um ano, durante as avaliações de acompanhamento.
Os pesquisadores não
forneceram reposição de nicotina, nem os participantes do estudo relataram
usá-la, mas observou-se que essa reposição, juntamente com o tratamento online,
pode ajudar a melhorar as taxas de desistência em estudos futuros.
"Intervenções digitais
podem às vezes sofrer com baixo engajamento. Contudo, vimos mais de três
quartos dos participantes do projeto comentando a intervenção, com uma média de
31 participações no período", disse Danielle Ramo, primeira autora do
estudo.
"Também observamos
uma diferença significativa no final do tratamento. Isso é empolgante e foi
altamente envolvente para os participantes. Consideramos ser uma forma de
intervenção que realmente atrai os jovens."
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