Para quem já tem algum tipo de condição respiratória o clima mais frio
pode provocar uma piora.
A formação de uma nova frente fria sobre o Sul
do país fez com que as temperaturas despencassem ao longo da semana em
diversos estados, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet). A massa de ar frio abriu caminho para a formação de geada na Serra da
Mantiqueira e no Vale do Ribeira e é tida como sinal de alerta para as temidas
doenças respiratórias.
A pneumologista e diretora da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Fernanda Miranda, explicou que, para
quem já tem algum tipo de condição respiratória como asma ou enfisema, o clima
mais frio pode provocar uma piora dos sintomas. A queda nas temperaturas também
contribui para uma maior circulação de viroses e doenças infecciosas, já que as
pessoas tendem a permanecer em locais fechados.
“A aglomeração facilita a transmissão e as
partículas ficam suspensas por mais tempo no período seco, facilitando a
inalação de vírus e bactérias”, explicou. “Durante esse período, é importante
que as pessoas bebam muito liquido, usem hidratante corporal e soro nasal para
manter as narinas bem hidratadas, além de evitar banhos quentes, que podem
desidratar a pele. E, claro, tomar a vacina contra a gripe”, completou.
Baixa cobertura.
Dados do Ministério da Saúde revelam que 21
milhões de pessoas que fazem parte do público-alvo ainda precisam ser vacinadas
contra a gripe. O grupo com menor índice de vacinação é de crianças entre
6 meses a menores de 5 anos – até a última sexta-feira (25), a cobertura era de
apenas 46%.
“Esse é um sinal de alerta. As crianças que
podem ser vacinadas precisam receber a dose. As doenças respiratórias costumam
se manifestar de forma mais grave nessa população. A orientação é procurar a
vacina o quanto antes. Estamos no início do período de inverno e as infecções
ainda vão aumentar se não houver vacinação”, explicou Fernanda.
O público com maior cobertura, até o momento,
é de puérperas, com 74%, seguido pelos idosos (71%), trabalhadores da saúde (67%)
e professores (67%). Entre as gestantes, a cobertura de vacinação está em 51%.
Pessoas com doenças crônicas e outras
condições clínicas especiais também devem ser imunizadas. Neste caso, é preciso
apresentar uma prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em
programas de controle de doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem
procurar os postos em que estão registrados para receber a dose.
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