domingo, 27 de maio de 2018

HIV DORMENTE PODE SE ALOJAR NO CÉREBRO E AUMENTAR RISCO DE DEMÊNCIA...







Sabe-se há muito tempo que o vírus HIV, que causa a AIDS, desabilita as células do sistema imunológico. Mas recentemente os pesquisadores também descobriram que o vírus também tem como alvo o cérebro e a medula espinhal, e que pode permanecer adormecido no corpo de uma pessoa por muitos anos. O problema é que com o HIV no cérebro, doenças relacionadas à idade se desenvolvem muito antes que o normal, incluindo Alzheimer e Parkinson, bem como uma maior suscetibilidade à dependência de drogas.

Embora as terapias antirretrovirais reduzam as cargas do vírus para níveis indetectáveis ??no sangue, o HIV pode se esconder dentro do sistema nervoso central, onde pode se integrar aos genomas de células cerebrais chamadas microglia --as células imunes do cérebro. Agora, cientistas da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, decidiram entender por que isso ocorre.

Os pesquisadores usaram um rato para controlar os níveis de proteína viral do HIV, a fim de sondar a ligação entre a infecção pelo vírus e a doença neurológica. O laboratório descobriu que uma proteína do HIV reduz o nível de outra proteína importante para a produção de dopamina no cérebro. A dopamina é produzida por neurônios no sistema nervoso central e por células do sistema imunológico no sangue.

Quando as células microgliais secretam a proteína do HIV, ela é capaz de entrar nos neurônios dopaminérgicos e diminuir sua atividade de modo a produzir menos dopamina. Isso reduz sua capacidade de se comunicar com outras células do cérebro, o que pode prejudicar a capacidade de se mover e recompensar comportamentos relacionados. Além disso, baixos níveis de dopamina em uma área do cérebro chamada substantia nigra é uma característica do Parkinson e predispõe os pacientes à depressão e dependência de drogas como metanfetamina e cocaína.

“Apesar dos remédios disponíveis, há claramente mais coisas para fazer no tratamento do HIV que reduzam os níveis do vírus no sangue, principalmente no que diz respeito às consequências a longo prazo da infecção no cérebro”, diz Doug Miller, um dos autores do estudo.

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