Quem diz que prefere
sexo casual a relacionamentos estáveis costuma ser taxado de frio ou pouco dado
a manifestações de romantismo. Mas será que o estereótipo faz sentido? Segundo
uma pesquisa, nem sempre: muitos adeptos do sexo sem compromisso também gostam
de preliminares, de “olhos nos olhos” e até de dormir abraçado.
O trabalho foi
conduzido por uma equipe interdisciplinar do Instituto Kinsey, nos EUA, que é
referência em estudos sobre sexualidade, e das universidades Binghamton e de
Indiana. Mais de 639 estudantes de 18 a 25 anos participaram do levantamento,
com questionários sobre preferências de relacionamento e comportamentos
praticados e/ou apreciados nas relações sexuais.
Embora as manifestações
de afeto tenham sido desejadas e esperadas com frequência mais alta nos
relacionamentos mais longos do que nos encontros de sexo casual, muitos
entrevistados – homens e mulheres – também relataram esse tipo de comportamento
ao ir para a cama com alguém sem compromisso nenhum.
A busca por intimidade
foi ainda mais pronunciada entre os participantes que admitiram preferir o sexo
casual a relações estáveis. Eles foram uma vez e meia mais propensos a dormir a
noite toda e “de conchinha” com o(a) parceiro(a), e quase cinco vezes mais
propensos a se envolver em preliminares.
Para os pesquisadores,
as demonstrações de afeto no sexo casual é mais comum do que eles próprios
esperavam, o que mostra que muitos dos conceitos da sociedade e até de
estudiosos do tema estão equivocados.
A conclusão, publicada
no periódico Journal of Relationships Research, é que intimidade é
algo valorizado e buscado pela maioria das pessoas, inclusive aquelas que não
são chegadas a compromisso.
O que a equipe já
esperava, e realmente se concretizou, é que as mulheres demonstraram maior
tendência a se envolver em comportamentos afetuosos do que os homens, tanto nos
relacionamentos estáveis quanto nos encontros casuais. Mas eles não ficaram
muito atrás delas, segundo os autores.
Outros estudos já
mostraram que as mulheres também são mais propensas a se arrepender do sexo
casual, no dia seguinte, do que os homens. Um trabalho recente, feito por
pesquisadores do Instituto de Neurociências de Melbourne, na Austrália,
consultou homens e mulheres nos EUA e na Noruega sobre o assunto e descobriu
que mesmo nesse último país, famoso por ser pouco machista, elas relataram ter
sentido nojo com maior frequência do que os homens.
É possível que, ainda
que instintivamente, mulheres ainda busquem parceiros que demonstrem condições
de participar da criação dos filhos. Mas também pode ser apenas uma influência
da cultura sobre as emoções femininas. Só o tempo, e mais estudos do tipo,
podem dizer.
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