quarta-feira, 31 de julho de 2019

HOMEM É INOCENTADO APÓS FICAR 5 ANOS PRESO POR ESTUPRO NO CEARÁ...

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Dono de borracharia foi confundido com estuprador em série.

          

Preso e condenado há nove anos de prisão por estuproAntonio Cláudio Barbosa de Castro, de 35 anos, foi inocentado na segunda-feira (29) pelo Tribunal de Justiça do Ceará. Ele ficou preso por cinco anos e foi ser solto na terça-feira (30).

"São cinco anos lutando sem cessar nenhum dia. Quem sabe da nossa intimidade, quem conhece a nossa família sabe de tudo que nós sofremos até hoje correndo atrás de Justiça, porque a gente não podia deixar pra lá. A gente tinha certeza da inocência dele", afirmou Antonia Geralda, que é irmã do homem, em entrevista ao RedeTV News, que acompanhou o momento do anúncio da decisão - assista abaixo.

Antônio Cláudio era dono de uma borracharia na periferia da cidade e não tinha antecedentes criminais. Ele foi confundido com o Maníaco da Moto, que abordava e estuprava mulheres na periferia de Fortaleza. Acusado pelo estupro de nove vítimas, ele foi condenado a nove anos de prisão; cumpriu cinco deles.

A Defensoria Pública do Ceará propôs a revisão do julgamento ao Tribunal de Justiça. A ação partiu de uma ONG de São Paulo que busca reverter condenações de inocentes. 

"Fizemos um trabalho de investigação intenso pra nos convencer, por meio de novas provas da inocência dele e isso foi feito", explicou a advogada Flávia Rahal, também ao redeTV News. "Nós tinhamos convicção absoluta que não era ele. E as novas provas, que são muitas, convenceram também o tribunal, fazendo com que uma injustiça que já dura cinco anos, fosse finalmente revertida".

Entre as novas provas, a defesa argumentou que o homem que cometia os crimes tem mais de 1,80m de altura. Antônio Cláudio tem 1,59m. E ainda: os ataques do ‘Maníaco da Moto’ continuaram, mesmo com Antônio Cláudio preso.

"As provas foram sendo refutadas uma a uma”, alegou na sustentação oral a advogada Flávia Rahal, segundo comunicado divulgado pela Defensoria Pública do Ceará, trazendo ao processo novos elementos e argumentos em favor do réu.

Ela contou aos desembargadores que a maioria das vítimas durante o andamento da ação penal foram renunciando a denúncia por não reconhecê-lo como culpado e, mesmo assim, rotulado pela mídia, em novembro de 2015, foi condenado a nove anos de reclusão em regime fechado, tornando concreto mas não definitivo, seu destino.

Além disso, duas policiais civis, que participaram da investigação, recuaram e reconheceram a inocência do acusado. "Quando a gente teve acesso às imagens de câmera de rua a gente viu que não era a mesma pessoa, que não podia ser a mesma pessoa", esclareceu a policial Juliana Garcia. 

Com novas provas, o caso ganhou corpo para revisão processual que declarasse a inocência definitiva de Antônio Cláudio.

Agora, a família aguarda o alvará de soltura, que, segundo o defensor público Emerson Castelo Branco, pode ser expedido ainda nesta terça: "A ideia é nós tentarmos que ele saia amanhã mesmo, não demorar mais nenhum dia porque o prejuízo já foi de cinco anos, uma pessoa completamente inocente presa há cinco anos".

     
         

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