A epidemia de tabaco é uma
das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou.
Cerca de 5 bilhões de
pessoas vivem hoje em países com medidas anti-tabaco, como avisos nas
embalagens e proibição de fumo em certos locais. No total, são quatro vezes
mais pessoas vivendo em países com estas medidas do que há uma década.
A conclusão é do 7º
relatório da Organização Mundial de Saúde, OMS, sobre a epidemia global do
tabaco que foi publicado esta sexta-feira no Rio de Janeiro.
Apesar dos avanços, a
agência afirma que muitos países ainda não fazem o suficiente, incluindo ajudar
as pessoas a desistir deste vício.
Este tipo de ajuda é o
foco do relatório de 2019. A OMS diz que o Brasil foi o segundo país, depois da
Turquia, a implementar todas as medidas recomendadas pela agência ao mais alto
nível, conhecidas como Mpower.
Desde o último
relatório, publicado em 2017, o Brasil foi um dos 10 Estados que subiu os
impostos sobre o produto para representar pelo menos 75% do preço de venda ao
público. No mesmo período, Timor-Leste foi um dos 14 países que adotou avisos
gráficos nas embalagens.
O diretor-geral da OMS,
Tedros Ghebreyesus, disse que os governos devem fazer com que os serviços de
apoio para desistir do tabaco façam parte dos seus esforços de cobertura
universal se saúde.
O chefe da agência
disse que “desistir de fumar é uma das melhores coisas que qualquer pessoa pode
fazer pela sua saúde.” Segundo ele, “as medidas Mpower dão aos governos
ferramentas práticas para ajudar as pessoas a desistir do vício, somando anos
de vida.”
Neste momento, 2,4
bilhões de pessoas vivem em países com estes serviços. São mais 2 bilhões de
habitantes do que em 2017. Ainda assim, apenas 23 países oferecem este recurso
ao mais alto nível.
A epidemia de tabaco é
uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou,
sendo responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano.
O embaixador global
para as Doenças Crônicas, Michael R. Bloomberg, disse que o relatório mostra
aos governos de todo o mundo o caminho a seguir. Segundo ele, “mais países
estão fazendo o controle do tabaco uma prioridade e salvando vidas, mas ainda
existe muito trabalho para ser feito.”
O relatório, financiado
pela fundação Filantropia Bloomberg, mostrou que 116 países cobrem de forma
total ou parcial estes serviços e que outros 32 tem estes serviços disponíveis,
mas são pagos pelo beneficiário. Segundo a pesquisa, isto mostra uma alta
procura do público para desistir de fumar.
O uso de tabaco tem
descido de forma proporcional na maioria dos países, mas o aumento da população
significa que o número de pessoas que fumam continua alto.
Neste momento, a
estimativa é que existam 1,1 bilhão de fumadores e que 80% dessas pessoas vivam
em países de renda baixa ou média.
Mais de metade da
população, 3,9 bilhões de pessoas vivem hoje em regiões onde o tabaco é vendido
com avisos gráficos sobre os riscos nas embalagens. Esta é a medida Mpower mais
adotada em todo o mundo.
A aplicação de impostos
superiores a 75% do preço total é a medida que atinge menos pessoas. Ainda
assim, foi a que mais cresceu entre 2017 e 2019, passando de 8% para 14% da
população. A OMS diz que esta é a forma mais eficiente de reduzir o consumo do
tabaco.
Desde 2017, o número de
países de baixa renda que implementam alguma destas medidas passou de apenas
três Estados para 34. Segundo a agência, isto mostra que “o nível de rendimento
não é uma barreira para as melhores práticas para controlar o tabaco.”
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