Pesquisadores da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do CENTD (Centro de Excelência
para Descobertas de Alvos Moleculares) do Instituto Butantan descobriram uma
nova droga para combater o ependimoma, um tipo de câncer
que atinge o sistema nervoso central e quase sempre é fatal em crianças menores
de cinco anos.
Publicado na revista
científica Scientific Reports, o estudo
mostrou
que essa droga mata muito mais células tumorais do que o tratamento
convencional. E o mais surpreendente: a proteína presente na substância vem do
carrapato-estrela.
"Com esta droga, a
inibição do crescimento tumoral foi mais que o dobro daquela verificada com os
outros medicamentos. O efeito quimioterápico foi superior às drogas até então
utilizadas. Não podemos falar de cura, pois não tivemos uma inviabilidade
celular total, porém, os resultados são extremamente promissores em relação aos
outros tratamentos", diz Sérgio Cavalheiro, neurocirurgião e um dos
autores do estudo.
Como
o estudo foi feito.
Os cientistas
cultivaram células de ependimoma humano in vitro, injetaram no cérebro de camundongos
e esperaram o tumor crescer.
Depois do procedimento,
eles trataram os ratos com a droga Amblyomin-X, proteína que é codificada por
genes das glândulas salivares do carrapato Amblyomma sculptum, conhecido como
carrapato estrela.
Os pesquisadores trataram
mais de 23 tipos de tumores diferentes, que tiveram uma resposta positiva e
induzindo morte celular.
No tratamento de
tumores mais agressivos como câncer pâncreas e o melanoma, os cientistas
observaram a remissão completa dos tumores. De acordo com Cavalheiro, o
tratamento se mostrou muito mais efetivo do que quaisquer outros remédios hoje
utilizados contra o ependimoma. Enquanto estes inibem a viabilidade das células
tumorais em cerca de 30%, o Amblyomin-X atinge 70%.
O
que é a condição.
O ependimoma é um tumor
que surge do epêndima, um tecido do sistema nervoso central, se desenvolve no
cérebro e na medula espinhal.
A doença provoca dores
de cabeça, náuseas, vômitos, obstruindo o fluxo do líquido cefalorraquidiano
causando hidrocefalia. Geralmente, em crianças, a localização é intracraniana,
e nos adultos, espinhal.
Nos casos pediátricos,
a expectativa de vida é de no máximo 5 anos após o diagnóstico dos tumores. O
tratamento é cirúrgico, radioterápico e quimioterápico, servindo apenas para
retardar o avanço da doença, porém podendo produzir sequelas neurológicas
graves.
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