segunda-feira, 26 de agosto de 2019

CIENTISTAS DESCOBREM DROGA QUE AGE NO COMBATE DE TUMOR DO SISTEMA NERVOSO...


FONTE:, em São Paulo, https://www.uol.com.br

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do CENTD (Centro de Excelência para Descobertas de Alvos Moleculares) do Instituto Butantan descobriram uma nova droga para combater o ependimoma, um tipo de câncer que atinge o sistema nervoso central e quase sempre é fatal em crianças menores de cinco anos.

Publicado na revista científica Scientific Reports, o estudo mostrou que essa droga mata muito mais células tumorais do que o tratamento convencional. E o mais surpreendente: a proteína presente na substância vem do carrapato-estrela.

"Com esta droga, a inibição do crescimento tumoral foi mais que o dobro daquela verificada com os outros medicamentos. O efeito quimioterápico foi superior às drogas até então utilizadas. Não podemos falar de cura, pois não tivemos uma inviabilidade celular total, porém, os resultados são extremamente promissores em relação aos outros tratamentos", diz Sérgio Cavalheiro, neurocirurgião e um dos autores do estudo.

Como o estudo foi feito.
Os cientistas cultivaram células de ependimoma humano in vitro, injetaram no cérebro de camundongos e esperaram o tumor crescer.

Depois do procedimento, eles trataram os ratos com a droga Amblyomin-X, proteína que é codificada por genes das glândulas salivares do carrapato Amblyomma sculptum, conhecido como carrapato estrela.

Os pesquisadores trataram mais de 23 tipos de tumores diferentes, que tiveram uma resposta positiva e induzindo morte celular.

No tratamento de tumores mais agressivos como câncer pâncreas e o melanoma, os cientistas observaram a remissão completa dos tumores. De acordo com Cavalheiro, o tratamento se mostrou muito mais efetivo do que quaisquer outros remédios hoje utilizados contra o ependimoma. Enquanto estes inibem a viabilidade das células tumorais em cerca de 30%, o Amblyomin-X atinge 70%.

O que é a condição.
O ependimoma é um tumor que surge do epêndima, um tecido do sistema nervoso central, se desenvolve no cérebro e na medula espinhal.

A doença provoca dores de cabeça, náuseas, vômitos, obstruindo o fluxo do líquido cefalorraquidiano causando hidrocefalia. Geralmente, em crianças, a localização é intracraniana, e nos adultos, espinhal.

Nos casos pediátricos, a expectativa de vida é de no máximo 5 anos após o diagnóstico dos tumores. O tratamento é cirúrgico, radioterápico e quimioterápico, servindo apenas para retardar o avanço da doença, porém podendo produzir sequelas neurológicas graves.

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