FONTE: https://noticias.uol.com.br
Um grupo de
pesquisadores do centro de pesquisas IFom de Milão conseguiu individualizar uma
classe de moléculas para bloquear os sinais que levam ao envelhecimento celular
causado pela deterioração dos telômeros, sequências de DNA localizados nas
extremidades dos cromossomos e que têm como objetivo de manter o material
genético da estrutura íntegro.
O estudo, que foi
comandado pelo cientista italiano Fabrizio d'Adda e publicado nesta
segunda-feira (27) na revista científica Nature Communications, oferece as
bases para no futuro poder intervir no envelhecimento celular de algumas
doenças causadas devido à deterioração dos telômeros, como a cirrose hepática,
a fibrose pulmonar, o diabetes, a catarata, a osteoporose, a artrite e outras
patologias mais raras, como a progênia, caracterizada por um envelhecimento
precoce.
De acordo com os
estudiosos, é fisiológico que nos cromossomos, corpúsculos presentes no núcleo
das células dos organismo vivos e que são em parte responsáveis pela
transmissão da informação genética, os telômeros se encurtem cada vez que o DNA
da célula se replica para se reproduzir ou que se danifiquem com o tempo, mesmo
sem a divisão.
Esse encurtamento e o
dano aos telômeros constituem, portanto, em uma ameaça à estabilidade do nosso
DNA e as células reagem a isso ativando um "alarme molecular" que
bloqueia proliferações da célula danificada, induzindo um tipo de envelhecimento
celular.
As células senescentes,
que passam pelo processo de envelhecimento, perdem para sempre a sua capacidade
de se reproduzir e de desempenhar eficientemente as suas funções, e isso impede
que o tecido se regenere.
Uma pesquisa conduzida
também pela Ifom, mas publicada em 2012 pela revista Nature, já havia
individualizado pela primeira vez o DDRNA (DNA Damage Response RNA), moléculas
responsáveis pelo papel de "guardiãs" do DNA. Seriam elas que
intervêm todas as vezes que se encontra um dano no DNA e que "dispararam o
alarme" para proteger a integridade do genoma, favorecendo a senescência.
"Observamos que os
telômeros quando estão curtos ou danificados podem se introduzir para a
formação do DDRNA e assim ativar o alarme e a consequente senescência da célula",
explica d'Adda.
A pesquisa publicada
nesta segunda fornece a resposta de como desligar esses alarmes para prevenir a
senescência das células.
Em particular, o grupo
italiano desenvolveu uma nova bateria de moléculas que agem na extremidade dos
cromossomos, "especialmente nos telômeros, inibindo a função dos DDRNA
teloméricos", disse a co-autora da publicação, Francesca Rossielo.
Próximo desafio que o
time de Ifom enfrentará será o de entender como as novas moléculas podem ser
úteis para prevenir o envelhecimento celular em todas as patologias associadas
aos danos dos telômeros.
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