Muitos usuários de
redes sociais como o Facebook e o Instagram percebem que entrar com frequência
nessas plataformas gera estresse. Mesmo assim, eles insistem no comportamento e
correm o risco de se tornar dependentes. A conclusão é de uma pesquisa que
contou com 444 pessoas.
Pesquisadores das
universidades de Lancaster, no Reino Unido, Bamberg e Erlangen-Nürnberg, na
Alemanha, revelaram ter se surpreendido com a contradição – tentar se livrar do
estresse ligado à rede social sem abandonar o meio que provoca o mal-estar. A
equipe percebeu que muitos usuários têm esse impulso de buscar distração e
alívio para o estresse causado pela rede social na própria plataforma.
Pense numa pessoa que
fica ansiosa e tensa toda vez que precisa falar em público. O mecanismo
natural, nessa situação, é evitar a situação na medida do possível. Mas, no
final das contas, a pessoa faz exatamente o contrário: busca aquilo que lhe
causa aflição todos os dias. Parece meio doentio, não é?
Essa atitude também
lembra outros tipos de compulsões. Quem sofre de bulimia, por exemplo, tem uma
preocupação excessiva com o peso e se sente muito culpado depois de perder o
controle e consumir uma quantidade exagerada de calorias. Todo esse mal-estar,
em vez de fazer a pessoa comer menos, acaba aumentando o risco de um novo
descontrole diante da comida. Mais ou menos como alguns alcoólatras, que dizem
buscar a bebida para aliviar o sofrimento causado pela impotência percebida
diante do álcool.
A equipe de pesquisa
analisou diferentes tipos de estresse causado pelo uso de mídias sociais, como
a consciência de ter a privacidade invadida, a pressão gerada pela comparação
constante com os amigos, a sobrecarga de informação e até o cansaço provocado
pelas mudanças e atualizações constantes das plataformas.
Os pesquisadores
perceberam que os usuários menos assíduos ainda eram capazes de sair das mídias
ao perceberem que estavam estressados por causa delas. Eles procuravam outra
coisa para fazer ou conversavam com alguém sobre o que estavam sentindo,
atitudes consideradas positivas. Mas aqueles que usavam as redes com maior
frequência apresentaram a tendência a mudar de atividade, mas permanecer na
plataforma. Os dados saíram no periódico Information Systems Journal.
Da próxima vez que você
ficar irritado ou triste com algo que você viu na rede, que tal fechar o
browser e ir fazer outra coisa, em nome do seu bem-estar?
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