FONTE: Jânio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Há uma declaração na coluna Raio Laser de hoje do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Diz ele: “Vou ganhar a eleição para governador. Podes crer”. A nota poderia passar despercebida. Afinal, surpreendente seria se o ministro anunciasse que não estaria no comando do Estado a partir de janeiro de 2011. Essa seria a manchete de todos os jornais, inclusive da chamada grande mídia do Sul e Sudeste do País. Tenho amizade pessoal por um dos maiores entusiastas da candidatura de Geddel. E para deleite meu passamos horas a fio discutindo política no último sábado. Coloquei para Raimundo Sobreira (ex-deputado e político militante do PMDB) que esta será uma eleição complexa e como qualquer eleição é difícil se prever o resultado das urnas. Diria mesmo que a barriga já está formada, mas daqui que a criança seja expelida para esse ingrato mundo de meu Deus, teremos de aguardar pelo menos um ano. Logo, esse não será um parto normal. A gestão vai durar mais 12 meses e, neste exato momento, não há ultrassonografia capaz de revelar o sexo da criatura que, independentemente da vontade de Deus, jamais será um anjo.
Sobreira tem um humor refinado, apesar da sua crença no candidato peemedebista à sucessão de Jaques Wagner. Em compensação, me considero uma mistura de cínico com irônico. A conversa não poderia ter outro caminho exceto o da polêmica. Não comungo com a festa antes do casamento nem tampouco com a probabilidade de um crime passional após a dissolução do matrimônio. As alegrias e os infortúnios ocorrem em momentos propícios. Meu amigo de sempre enumerou uma série de razões que o deixa convencido da transferência de Geddel para o Palácio de Ondina. Usa como termômetro as viagens feitas pelo interior baiano, onde possui um naco de terra e uns bodes velhos para pirraçar. Por onde tem passado, afirma, a bola de Wagner está murcha, embora reconheça o poder de organização do PT.
Vítima ou não da crise, Wagner estaria hoje trabalhando basicamente com obras federais e recursos idem. Para Sobreira, mesmo ele intensificando suas viagens pela Bahia afora, de nada valerá se não tiver obras e serviços a oferecer. “A população quer resultados práticos. Quer sentir que pode confiar no seu governador. Quer saber, enfim, que dois e dois são quatro”. Infelizmente – palavra do meu prezado interlocutor – não há essa confiança nem essa empatia. “ Muitas das inaugurações que estão sendo realizadas têm um custo menor do que o próprio deslocamento do governador e de sua comitiva”, esperneia Sobreira, roubando-me um pouco da minha ironia. Não ligo. Também não concordo com tudo o que ele diz, apesar de reconhecer, por experiência própria, que nosso sistema de saúde (e Wagner não deve ser responsabilizado isoladamente por isso) é uma máquina eficaz de matar gente. Já escrevi sobre isso na edição desta Tribuna deste final de semana.
Há – e nem mesmo Jesus Cristo deixaria sua cruz para pregar o contrário – um caos na segurança pública. O ensino só não é pior por falta de espaço- ou de caneta, lápis, papel, quadros-negros e professores. Áreas prioritárias estão degradadas, sucateadas, seja por falta de investimentos, seja por falta de visão de alguns dos nossos homens públicos ou, quem sabe, pelos dois. Wagner até mereceria um segundo mandato para tentar colocar as coisas nos seus lugares. Mas, desgraçadamente, estamos na UTI há anos e anos. E qualquer melhora demanda tempo e paciência. Ninguém sai da UTI e vai direto para o reggae, não. Há um longo caminho a percorrer até que nos sintamos sãs e salvos. Bem, Sobreira me deu uma espécie de dez mandamentos baseado nos quais ele assegura a vitória de Geddel em outubro do próximo ano. Decidi, porém, só revelá-los aos poucos. Não é por nada, não. A coluna é pequena e não sei da conveniência de abrir o jogo quando ainda sequer começou o primeiro tempo eleitoral. Assim como se trata de um amigo do PMDB, fosse esse personagem do PT também teria as mesmas reservas. O que eu quero mesmo é que o circo pegue fogo. E atestar, no futuro, qual dos dois lados da moeda estava com a razão. Só sei que tem muito petista que vai votar em Chávez para um terceiro, quarto ou quinto mandato presidencial (perdão, quis dizer Dilma Rousseff). Sei também que Lula, se pudesse, votaria na Venezuela. Afinal, como autêntico democrata, nosso presidente parece não resistir a uma pequena (ou cavalar?) dose de ditadura.
Há uma declaração na coluna Raio Laser de hoje do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Diz ele: “Vou ganhar a eleição para governador. Podes crer”. A nota poderia passar despercebida. Afinal, surpreendente seria se o ministro anunciasse que não estaria no comando do Estado a partir de janeiro de 2011. Essa seria a manchete de todos os jornais, inclusive da chamada grande mídia do Sul e Sudeste do País. Tenho amizade pessoal por um dos maiores entusiastas da candidatura de Geddel. E para deleite meu passamos horas a fio discutindo política no último sábado. Coloquei para Raimundo Sobreira (ex-deputado e político militante do PMDB) que esta será uma eleição complexa e como qualquer eleição é difícil se prever o resultado das urnas. Diria mesmo que a barriga já está formada, mas daqui que a criança seja expelida para esse ingrato mundo de meu Deus, teremos de aguardar pelo menos um ano. Logo, esse não será um parto normal. A gestão vai durar mais 12 meses e, neste exato momento, não há ultrassonografia capaz de revelar o sexo da criatura que, independentemente da vontade de Deus, jamais será um anjo.
Sobreira tem um humor refinado, apesar da sua crença no candidato peemedebista à sucessão de Jaques Wagner. Em compensação, me considero uma mistura de cínico com irônico. A conversa não poderia ter outro caminho exceto o da polêmica. Não comungo com a festa antes do casamento nem tampouco com a probabilidade de um crime passional após a dissolução do matrimônio. As alegrias e os infortúnios ocorrem em momentos propícios. Meu amigo de sempre enumerou uma série de razões que o deixa convencido da transferência de Geddel para o Palácio de Ondina. Usa como termômetro as viagens feitas pelo interior baiano, onde possui um naco de terra e uns bodes velhos para pirraçar. Por onde tem passado, afirma, a bola de Wagner está murcha, embora reconheça o poder de organização do PT.
Vítima ou não da crise, Wagner estaria hoje trabalhando basicamente com obras federais e recursos idem. Para Sobreira, mesmo ele intensificando suas viagens pela Bahia afora, de nada valerá se não tiver obras e serviços a oferecer. “A população quer resultados práticos. Quer sentir que pode confiar no seu governador. Quer saber, enfim, que dois e dois são quatro”. Infelizmente – palavra do meu prezado interlocutor – não há essa confiança nem essa empatia. “ Muitas das inaugurações que estão sendo realizadas têm um custo menor do que o próprio deslocamento do governador e de sua comitiva”, esperneia Sobreira, roubando-me um pouco da minha ironia. Não ligo. Também não concordo com tudo o que ele diz, apesar de reconhecer, por experiência própria, que nosso sistema de saúde (e Wagner não deve ser responsabilizado isoladamente por isso) é uma máquina eficaz de matar gente. Já escrevi sobre isso na edição desta Tribuna deste final de semana.
Há – e nem mesmo Jesus Cristo deixaria sua cruz para pregar o contrário – um caos na segurança pública. O ensino só não é pior por falta de espaço- ou de caneta, lápis, papel, quadros-negros e professores. Áreas prioritárias estão degradadas, sucateadas, seja por falta de investimentos, seja por falta de visão de alguns dos nossos homens públicos ou, quem sabe, pelos dois. Wagner até mereceria um segundo mandato para tentar colocar as coisas nos seus lugares. Mas, desgraçadamente, estamos na UTI há anos e anos. E qualquer melhora demanda tempo e paciência. Ninguém sai da UTI e vai direto para o reggae, não. Há um longo caminho a percorrer até que nos sintamos sãs e salvos. Bem, Sobreira me deu uma espécie de dez mandamentos baseado nos quais ele assegura a vitória de Geddel em outubro do próximo ano. Decidi, porém, só revelá-los aos poucos. Não é por nada, não. A coluna é pequena e não sei da conveniência de abrir o jogo quando ainda sequer começou o primeiro tempo eleitoral. Assim como se trata de um amigo do PMDB, fosse esse personagem do PT também teria as mesmas reservas. O que eu quero mesmo é que o circo pegue fogo. E atestar, no futuro, qual dos dois lados da moeda estava com a razão. Só sei que tem muito petista que vai votar em Chávez para um terceiro, quarto ou quinto mandato presidencial (perdão, quis dizer Dilma Rousseff). Sei também que Lula, se pudesse, votaria na Venezuela. Afinal, como autêntico democrata, nosso presidente parece não resistir a uma pequena (ou cavalar?) dose de ditadura.
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