sábado, 26 de setembro de 2009

NO DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO, FAÇA UM CHECK UP...

FONTE: Odília Martins (TRIBUNA DA BAHIA).
As doenças cardiovasculares matam mais que o câncer, segundo o professor Peter Libby, de Harvard. No Brasil, morrem por ano 315 mil pessoas. Parte dessas mortes poderia ser evitada se as pessoas não fumassem, não ingerissem tanta gordura e sal e fizessem atividade física. Para combater a estatística, cardiologistas, enfermeiros e nutricionistas vão prestar um serviço social no Parque da Cidade, domingo, 27, Dia Mundial do Coração. Das 8 às 12 horas, os profissionais vão medir a pressão, ensinar como ter uma alimentação balanceada e dar dicas para se distanciar dos fatores de risco. Adotando esse comportamento como modo de vida, qualquer cidadão tende a elevar a qualidade de vida.
Historicamente, o cardiologista Mário Rocha explicou o que aconteceu com a humanidade. “Na primeira metade do século XX a principal causa de morte era as doenças infecto contagiosas. Na época, o Brasil e outros países viviam a chamada era da pestilência. As pessoas começaram a migrar do campo rural para a cidade e passaram a incorporar as doenças crônicas degenerativas, entre elas, problemas do coração, - pela falta de atividade física, vida sedentária e alimentação com base em gordura saturadas, o que acaba propiciando fatores de risco como hipertensão arterial, colesterol alto, obesidade, a diabete e por aí vai”.
A importância de afastar a hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo está relacionado diretamente em minimizar o risco para outras doenças. “As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e na Bahia. Em primeiro lugar vem as doenças cardiocirculatórias como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, explicou o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Seção Bahia (SBC-BA), Joel Pinho.
Dentre os fatores de risco, em destaque a hipertensão arterial, que atinge em média 25% da população adulta. “O correto é evitar o sedentarismo e ter uma alimentação saudável, controlando o consumo de sal e de gordura, porque eles são os grandes vilões. Dessa forma, a pessoa minimiza as chances de ter hipertensão, pois, são os vasos que levam os nutrientes para as células e tecidos. Do contrário, a gordura tapa os vasos e vai diminuindo a circulação e promove a morte das células”, comparou Pinho.
Para piorar a situação, os hipertensos costumam não monitorar a pressão, segundo o presidente da SBC-BA. “Mais da metade dos hipertensos não controlam a pressão adequadamente e por isso a doença progride, acelerando a destruição dos vasos. Pense que os vasos do corpo humano são como as raízes de uma árvore que tem a função de levar os substratos do solo. Se a raiz não está bem, a planta resseca e pode morrer”.
Ainda falando de como a hipertensão pode trazer complicações para o coração, Pinho acrescentou: “A obstrução dos vasos, se aguda, pode levar a morte dos tecidos. Se isso acontece na coronária a pessoa corre o risco de ter um infarto e no cérebro um AVC”.
Alerta A hipertensão arterial acelera o envelhecimento dos vasos e sobrecarga o trabalho do coração, o que reduz e muito a sobrevida do indivíduo. A gravidade desse fator de risco e da probabilidade de comprometimento do coração está no fato da doença normalmente ser assintomática. Aos que tem o hábito de procurar o médico somente quando sente algum sintoma pior ainda, pois, os sintomas aparecem somente nas etapas avançadas.
Prevenção ainda é o ideal para evitar infarto do miocárdio, angina e morte.
Mas, não é só a hipertensão arterial que pode provocar doenças cardíacas, lembrou o médico Mário Rocha. “O colesterol alto pode causar infarto do miocárdio, angina no peito, morte súbita e insuficiência cardíaca”. Por isso, o ideal agir de forma preventiva, segundo Rocha. “Existem três tipos de prevenções: a primordial para que não se desenvolva fatores de risco através de bons hábitos saudáveis como alimentação balanceada e atividade física; a prevenção primária para os que já tem fatores de risco controlando a diabetes ou tabagismo seja fazendo dieta ou tomando remédios e a secundária para os que já infartaram ou têm angina no peito e deve controlar os fatores de risco para que os problemas não reincidam”.
Portanto, recomenda-se medir a pressão pelo menos uma vez no ano quando jovens, e a cada seis meses nas pessoas normais com mais de 40 anos para possibilitar uma identificação precoce e adotar as medidas necessárias para o controle da pressão. O tratamento passa por mudança de hábitos alimentares, exercícios físicos regulares, controle do peso e abordagem dos outros fatores de risco cardiovasculares, como deixar de fumar e beber com moderação.
Aos que adotarem tais medidas, muitos voltam a ter uma pressão na faixa normal e quando isso não acontece é necessário o uso de medicamentos hipotensores, que são escolhidos de acordo com o perfil de cada indivíduo pelo médico responsável. Atualmente, os produtos costumam ser muito bem suportados e conseguem um bom controle se tomados regularmente e de modo duradouro. Entretanto, devemos enfatizar que a hipertensão não tem cura, devendo o tratamento perdurar por toda a vida, informou Pinho. “Interromper os medicamentos quando a pressão está normalizada é outro erro comum das pessoas, colocando o organismo em risco de complicações agudas, como o chamado AVC, insuficiência cardíaca, entre outras que ocorrer e ter sérias consequências”.

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