quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

GAROTO SAADICO...

FONTE: França Teixeira (TRIBUNA DA BAHIA).

Saguão do elevador, Edifício Chopin, Avenida Atlântica. Eu, Osório, Paulo Virgílio, Antonio Soares, dono da Credifácil, Manu, Martinho Lélis, Alfredo Saad e Brequinho, o nosso Humberto Farias. Ascensor largo. Cabia muita gente. Saad acabara de comprar o triplex. Copacabana Palace colado. Não podia e não pode subir mais nada na área da piscina. Moradores do Chopin, ganharam na Justiça o direito à vista lateral cativa. Um desbunde o visual. Afrodisíaco.
Olhar de cima cria êxtase. Aquele marzão, aberto, escancarado, a praia, o mulherio correndo de biquíne, volúpia, covardia. O apartamento de Saad, dezenove garagens! Nele você podia internamente, se pudesse, andar de Fusca. Espaços enormes. Sai do elevador! Josefine Jordan, a vendedora do imóvel, biliardária, viúva do Construtor, Stefano Jordan, judeu, milionário. Em companhia de Josefine, a filha bailarina, Dalal Archar. Alfredo, então Presidente do Bahia e Cônsul do Líbano, recebe Josefine, aquela festa: “Oh! Jó, enorme prazer!”. Virando-se para nós os acompanhantes diz: “Estes são os pintores, pedreiros, decoradores. Os trouxe da Bahia. Vão conhecer o imóvel, e dar os ‘retoques’ necessários” - “Muito prazer, cuidem da casa do nosso Alfredinho etcetera e tal (sic)”. Alegria, alegria, sorrisos. Entramos no elevador. Todos. Silêncio sepulcral, quase no andar do apê ouve-se ao fundo a voz tonitroante de Osório: “É Alfredinho tudo bom, tudo bem, mas pintor e pedreiro é a PUITA QUE O PARIU”. Gargalhadas uníssonas. O próprio Alfredo sorria de pregas abertas.
Saad era um “meninão”. Quem terminou de criá-lo, Margarida. Sem dúvidas, amavam-se perdidamente (ao modo deles). Alfredo, embora tentasse aparentar outra conduta, era em Margarida, onde encontrava o regaço carinhoso, acolhedor, feminino e maternal. Ela o ama até hoje e não admite qualquer palavra negativa a seu respeito, ou da sua memória. Lindo!
Alfredão praticou muitas estrepolias. Chegou à Bahia “duro”, atraído pelo jogo do bicho, do qual foi dos maiores banqueiros, junto à Agenor Pita Lima e Cupertino Santana. Suas façanhas são inesgotáveis. Por pouco, deixou de comprar o Edifício Oceânia todo. Ainda assim, portava as escrituras de trinta por cento do total. O cobiçadíssimo terreno, pretendido por Odebrecht, Newton Rique e vários magnatas, Alfredão ganhou de todos... Terreno do velho e ingênuo homem da melhor qualidade, Jayme Saldanha, pai, onde existe o Iguatemi. Seria o Estádio Tricolor. Ao lembrar, sinto frouxos de riso!... Subia qualquer prédio novo, mormente no Comércio, necessário saber em qual Alfredo deixou de “marcar”! Paulo Sérgio Tourinho da Companhia Aliança, ainda agora, financeiramente e por liquidez, o cidadão mais Rico da Bahia, tinha uma regra: nada com Saad... Paulo Sérgio é um perfeccionista. Remember o Hospital Aliança. Nos seus empreendimentos, dá-se ao luxo de escolher, ele, e a admirável visão empresarial, os compradores. Sem maganos. Só arcanos talvez...

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