FONTE: www2.uol.com.br
Nos últimos anos, o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional foi apontado como uma das principais causas do estresse. Porém, um levantamento recente feito pela Weigel Coaching, empresa especializada em comportamento e desenvolvimento de pessoas e equipes corporativas, apresenta um cenário diferente.
O estudo, baseado em mais de 1.500 horas em atendimento e mais de 500 profissionais analisados junto aos departamentos de alta gerência e Recursos Humanos de empresas como Behr Brasil, Crawford Brasil, Grupo Melo Cordeiro, Ara Vartanian, Bradesco, Johnson & Johnson e empresas de pequeno e médio porte, mostra que um novo fator chama a atenção do mercado: a causa do estresse atual não se discute por meio do desequilíbrio e sim pela frustração.
Na pesquisa, somente 15% dos colaboradores se mostraram completamente contentes com seu trabalho, enquanto que 61% estão parcialmente satisfeitos e apontaram um sentimento evidente de frustração. Apenas 4% estão totalmente insatisfeitos, enquanto que 20% dos profissionais se recusaram aderir à pesquisa ou responderam de forma duplicada, o que invalida a avaliação.
O estudo ainda apresenta os dados com relação ao equilíbrio entre vida e trabalho. Dos pesquisados, 56% acreditam que sua vida está parcialmente equilibrada, 41% que está equilibrada e somente 3% acham que está desequilibrada.
Na mesma amostra, 47% dos participantes desejam valorização e reconhecimento; 21% querem oportunidade de crescimento; 19% apreciam um ambiente agradável; 7% almejam melhor remuneração e benefícios, enquanto que 6% gostariam de mais aprendizado.
Jaqueline Weigel, diretora-geral da Weigel Coaching, afirma que a frustração apresentada na pesquisa se dá, principalmente, por causa falta de percepção com relação ao panorama das empresas, de suas demandas, gestores, a baixa capacidade de gerenciar o tempo e de fazer as entregas de resultados esperados.
“De forma não estruturada, muitos profissionais questionam qual é o retorno que terão pelo esforço extra e pelo aumento das responsabilidades assumidas. Sabemos que exigir mais resultado sem dar condições para tal causa um imenso desconforto”, comenta a especialista.
Para ela, existem variáveis que podem estar gerando essa frustração atual. Na avaliação de Jaqueline, alguns itens vêm se destacando nesse panorama, como: ausência de transparência em relação aos objetivos da empresa; falta de clareza quanto as responsabilidade de cada cargo e como a atitude de cada profissional afeta o ambiente; falta de foco e priorização de projetos corporativos; falta de um projeto de vida, onde o plano de carreira se apóie, e a extrema falta das habilidades comportamentais.Jaqueline considera que cada um desses aspectos gera um impacto negativo de grande ou pequeno porte e afeta o resultado corporativo. Para ela, reduzir equipes como forma de corte de custos é a fórmula de fracasso.
“Demitir pessoas para reduzir gastos e tentar aumentar os resultados é um método ineficaz e arcaico. É hora de definirmos melhor nossos papéis no trabalho, no cenário corporativo e no mundo, e é o momento das empresas entenderem as reais necessidades de seus liderados”, afirma.
De acordo com ela, só o próprio profissional pode achar respostas e saídas para sua carreira. Já a empresa influencia o ambiente e os métodos de gestão determinam todo o comportamento do grupo de pessoas dessa organização.
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