FONTE: Ivan Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.
Podíamos escolher qualquer dos três principais institutos de pesquisa de opinião pública que lidam com pesquisas eleitorais para servir de parâmetro desse comentário. Datafolha, Ibope, Vox Populi, qualquer um serviria, especialmente porque uns estão praticamente confirmando os outros, após um período em que as disparidades nos resultados foram flagrantes e até incompreensíveis, evidenciando que alguém estava errando feio, ainda que isso não garantisse que alguém estivesse acertando com precisão.
Mas de algum tempo para que os resultados de pesquisas dos diversos institutos são convergentes, razão de merecerem mais credibilidade do que antes. As diferenças existentes ainda devem ser atribuídas aos períodos exatos em que a coleta de dados é realizada e, quem sabe, aos lugares em que os pesquisadores de campo colhem esses dados.
Li em algum lugar que, ao contrário do que determina a lei, institutos de pesquisa não estão informando (deixaram de informar, como antes faziam) à Justiça Eleitoral os locais (cidades, municípios) em que estão coletando seus dados. Seria bom que eles expliquem porque não cumprem a lei, neste particular – e que alguém os obrigue a cumprir.
Vamos optar, desta vez, pela última pesquisa Vox Populi (sob encomenda do jornal A Tarde), divulgada no dia 29. Atribui ao governador e candidato à reeleição Jaques Wagner, do PT, 46 por cento das intenções de voto (na modalidade de respostas estimuladas), enquanto o candidato democrata, o ex-governador Paulo Souto, aparece com 17 por cento e o deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima, com 11 por cento. A coligação governista, ante números assim, passou a transmitir uma espécie de quase certeza de que Wagner será eleito em 3 de outubro, dispensando assim o segundo turno.
Quando as candidaturas principais a governador foram postas, havia no meio político uma certeza: o segundo turno seria inevitável. Agora, ante a evolução dos resultados das pesquisas, busca o governismo estadual chegar ao extremo oposto, à certeza de que a eleição será encerrada no primeiro turno, que passaria, assim a ser turno único.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Não há dúvida de que a posição político-eleitoral do governador Jaques Wagner, no momento, é muito boa e permite sonhar que a vitória no primeiro turno venha a se tornar uma realidade. Mas sonho é sonho, pode ser premonitório ou mera fantasia e frequentemente só é possível saber qual das duas hipóteses era a verdadeira quando o futuro se torna passado.
É o que, salvo melhor juízo, temos no momento no quadro eleitoral baiano. Note-se que somadas as intenções de voto em Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, tem-se um total de 28 por cento, com o que Wagner livra uma frente de 18 pontos percentuais. Muito bom para ele. Mas, além de eventual erro dentro da margem de erro da pesquisa e da conquista, afinal, de ponto ou pontos pela soma dos demais candidatos (Luiz Bassuma, do PV, e outros), o principal é que ainda faltam 30 dias de campanha eleitoral.
O segundo turno não é mais uma certeza, óbviamente, mas é uma possibilidade que só políticos ou jornalistas negligentes descartariam. Vai depender, e muito, do comportamento de Souto, Geddel e, talvez, Bassuma, neste último mês de campanha.
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