FONTE: G1 (blogdocancer.com.br).

O Relatório Anual à Nação sobre a Situação do Câncer nos EUA, que abrange o período de 1975 a 2009, aponta aumento na incidência de tumores de boca, garganta e ânus no país. Para contribuir com essa elevação, entre os anos de 2008 e 2010, a aplicação de vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) – que é sexualmente transmissível e pode causar alterações celulares – manteve-se baixa entre as adolescentes.
Uma seção especial do documento, que será publicado na edição online da revista “Journal of the National Cancer Institute”, é dedicada à avaliação dos casos e tendências de tumores ligados ao HPV. O texto mostra que, entre 2000 e 2009, os níveis de câncer na região da orofaringe aumentou entre homens e mulheres brancos, assim como a incidência de tumor anal em brancos e negros de ambos os sexos.
Em mulheres brancas e negras, também subiu o número de casos de câncer de vulva. Já as taxas de câncer de colo do útero diminuíram, com exceção das americanas de origem indígena, do Alasca, e das que têm baixo nível socioeconômico. Entre os homens, a ocorrência de câncer de pênis ficou estável.
Segundo o diretor do Instituto Nacional do Câncer (NCI, na sigla em inglês) dos EUA, Harold Varmus, o relatório destaca a relação do HPV com vários tipos de tumores e vê nas vacinas a principal forma de combater o vírus.
Os investimentos feitos em pesquisas para desenvolver doses seguras e eficazes, porém, só terão o retorno esperado se as taxas de imunização entre meninos e meninas melhorarem bastante, a ponto de os protegerem quando eles forem adultos e se expuserem ao vírus. O documento revela, ainda, que em 2010 menos da metade (48,7%) das meninas americanas entre 13 e 17 anos havia recebido pelo menos uma dose da vacina contra o HPV. E apenas 32% tinham tomado as três injeções recomendadas.
A atual cobertura nacional com três doses de vacina tem ficado muito abaixo do objetivo do governo americano, que espera que, até 2020, 80% das adolescentes entre 13 e 15 anos sejam alcançadas. Atualmente, as taxas de vacinação no Canadá variam de 50% a 85%, e no Reino Unido e na Austrália são superiores a 70%.
De acordo com os autores do relatório, as falhas na vacinação são decorrentes de uma série de fatores, como recomendações inadequadas, preocupações com reembolso e sistemas inadequados de lembretes para concluir as três doses.
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