FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Cólicas, dores de cabeça, irritação e depressão são alguns dos incômodos da menstruação que muitas mulheres têm buscado evitar através da contracepção contínua.
Segundo uma grande corrente de médicos ginecologistas, viver sem menstruar é possível, não faz mal à saúde e pode ser indicado em muitas situações.
De acordo a ginecologista Nilma Antas Neves, professora e doutora em Imunologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), o método mais utilizado para evitar a ocorrência da menstruação é o uso da pílula.
No entanto, para as mulheres que não se adaptam com o medicamento existem outras opções como o anel vaginal, adesivo hormonal, método injetável, implante hormonal e o DIU medicado, ou seja, qualquer método que utilize hormônio pode ser utilizado na contracepção.
As indicações para a contracepção contínua são muitas. “Dependendo da atividade profissional desempenhada pela mulher ou de práticas esportivas, por exemplo, optar por métodos que evitem a ocorrência da menstruação, na verdade, é uma grande conveniência. Mas também existem as indicações clínicas, como os sintomas relacionados à síndrome pré-menstrual (TPM), que são a irritabilidade, ansiedade, compulsão alimentar, entre outros".
O tratamento por meio da contracepção contínua, segundo Antas, é muito indicado, também, para os casos de endometriose e miomas.
A ginecologista destaca que apesar da eficiência do método, muitas pacientes sentem-se mais confortáveis menstruando, e isso deve ser levado em consideração na hora da prescrição. “Embora não exista nenhuma base científica que indique a necessidade da menstruação, muitas mulheres desejam continuar tendo seu ciclo menstrual. Outras têm restrição aos hormônios e não podem realizar o tratamento. Portanto, é preciso respeitar os aspectos, físicos, emocionais e psicológicos das pacientes, utilizando outros meios, como os medicamentos formulados que também produzem efeitos benéficos”, disse.
A bancária Verena Silva utiliza o implante hormonal há três e conta que a vida melhorou muito depois do tratamento. “Eu tinha dores de cólica de matar. Não conseguia fazer nada durante o período menstrual. Hoje me sinto muito mais disposta e até a vida sexual ficou melhor”, comemora.
Já a economista Luana Brito, de 35 anos, conta que realizou o tratamento através da pílula e que após a suspensão do tratamento os sintomas voltaram. “Nos primeiros anos foi tudo maravilhoso, mas, depois que eu suspendi o tratamento, comecei a sentir muitas dores de cólica e inchaço”, afirmou. A ginecologista explica que o tratamento não é definitivo. “O método não vai eliminar os sintomas, ele controla e nos casos de suspensão o incomodo pode voltar”, explica.
Uma das maiores polêmica envolvendo o método é referente à dificuldade de engravidar. “As mulheres não enfrentam dificuldades devido ao método. Basta parar de tomar a pílula. A reversibilidade para o estado em que a mulher possa engravidar é bastante rápido”, declarou a especialista.
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