Recentemente foi publicado nos Estados Unidos um livro que
tem tudo para se transformar em um best seller daqueles que ajudam muita gente
a mudar sua forma de enxergar a vida. The top five regrets of the dying (algo
como “Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais”) foi escrito
por Bronnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da
morte
1. Eu
gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida
que os outros esperavam de mim.
“À
medida que a pessoa se dá conta das limitações e da progressão da doença, esse
sentimento provoca uma necessidade de rever os caminhos escolhidos para a sua
vida, agora reavaliados com o filtro da consciência da morte mais próxima”,
explica Dra. Ana Cláudia.
“É um
sentimento muito frequente nessa fase. É como se, agora, pudessem entender que
fizeram escolhas pelas outras pessoas e não por si mesmas. Na verdade, é uma
atitude comum durante a vida. No geral, acabamos fazendo isso porque queremos
ser amados e aceitos. O problema é quando deixamos de fazer as nossas próprias
escolhas”, explica a médica.
“Muitas
pessoas reclamam de que trabalharam a vida toda e que não viveram tudo o que
gostariam de ter vivido, adiando para quando tiverem mais tempo depois de se
aposentarem. Depois, quando envelhecem, reclamam que é quando chegam também as
doenças e as dificuldades”, conta.
2. Eu
gostaria de não ter trabalhado tanto.
“Não é
uma sensação que acontece somente com os doentes. É um dilema da vida moderna.
Todo mundo reclama disso”, diz a geriatra.
“Mas o
mais grave é quando se trabalha em algo que não se gosta. Quando a pessoa ganha
dinheiro, mas é infeliz no dia a dia, sacrifica o que não volta mais: o tempo”,
afirma.
“Este
sentimento fica mais grave no fim da vida porque as pessoas sentem que não têm
mais esse tempo, por exemplo, pra pedir demissão e recomeçar”.
3. Eu
gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos.
“Quando
estão próximas da morte, as pessoas tendem a ficar mais verdadeiras. Caem as
máscaras de medo e de vergonha e a vontade de agradar. O que importa, nesta
fase, é a sinceridade”, conta.
“À
medida que uma doença vai avançando, não é raro escutar que a pessoa fica mais
carinhosa, mais doce. A doença tira a sombra da defesa, da proteção de si mesmo,
da vingança. No fim, as pessoas percebem que essas coisas nem sempre foram
necessárias”.
“A
maior parte das pessoas não quer ser esquecida, quer ser lembrada por coisas
boas. Nesses momentos finais querem dizer que amam, que gostam, querem pedir
desculpas e, principalmente, querem sentir-se amadas. Quando se dão conta da
falta de tempo, querem dizer coisas boas para as pessoas”, explica a médica.
4. Eu
gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
“Nem
sempre se tem histórias felizes com a própria família, mas com os amigos, sim.
Os amigos são a família escolhida”, acredita a médica. “Ao lado dos amigos nós
até vivemos fases difíceis, mas geralmente em uma relação de apoio”, explica.
“Não
há nada de errado em ter uma família que não é legal. Quase todo mundo tem
algum problema na família. Muitas vezes existe muita culpa nessa relação. Por
isso, quando se tem pouco tempo de vida, muitas vezes o paciente quer preencher
a cabeça e o tempo com coisas significativas e especiais, como os momentos com
os amigos”.
“Dependendo
da doença, existe grande mudança da aparência corporal. Muitos não querem
receber visitas e demonstrar fraquezas e fragilidades. Nesse momento, precisam
sentir que não vão ser julgados e essa sensação remete aos amigos”, afirma.
5. Eu gostaria
de ter me deixado ser mais feliz
“Esse
arrependimento é uma conseqüência das outras escolhas. É um resumo dos outros
para alguém que abriu mão da própria felicidade”.
“Não é
uma questão de ser egoísta, mas é importante para as pessoas ter um compromisso
com a realização do que elas são e do que elas podem ser. Precisam descobrir do
que são capazes, o seu papel no mundo e nas relações. A pessoa realizada se faz
feliz e faz as pessoas que estão ao seu lado felizes também”, explica.
“A
minha experiência mostra que esse arrependimento é muito mais dolorido entre as
pessoas que tiveram chance de mudar alguma coisa. As pessoas que não tiveram
tantos recursos disponíveis durante a vida e que precisaram lutar muito para
viver, com pouca escolha, por exemplo, muitas vezes se desligam achando-se mais
completas, mais em paz por terem realmente feito o melhor que podiam fazer.
Para quem teve oportunidade de fazer diferente e não fez, geralmente é bem mais
sofrido do ponto de vista existencial”, alerta.
Dica da
especialista:
“O que
fica bastante claro quando vejo histórias como essas é que as pessoas devem
refletir sobre suas escolhas enquanto têm vida e tempo para fazê-las”.
“Minha
dica é a seguinte: se você pensa que, no futuro, pode se arrepender do que está
fazendo agora, talvez não deva fazer. Faça o caminho que te entregue paz no
fim. Para que no fim da vida, você possa dizer feliz: eu faria tudo de novo,
exatamente do mesmo jeito”.
De
acordo com Dra. Ana Cláudia, livros como este podem ajudar as pessoas a
refletirem melhor sobre suas escolhas e o modo como se relacionam com o mundo e
consigo mesmas, se permitindo viver de uma forma melhor. “Ele nos mostra que as
coisas importantes para nós devem ser feitas enquanto temos tempo”, conclui a
médica.
"A maior caridade que podemos fazer pela
Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier – Emmanuel.
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