FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Problemas de ereção
afligem o homem há muito mais tempo que se imagina. E não faltaram tentativas
para vencer o drama ao longo da História. Nos anos de 1930, por exemplo, um
médico tentou solucionar a questão implantando uma costela do próprio paciente
no pênis, sem sucesso.
A criação do Viagra,
em 1998, e de seus sucessores foi a resposta para as preces de milhares de
homens. Porém, cerca de 20% dos que sofrem com disfunção erétil não obtêm
resultados com o tratamento medicamentoso, segundo o urologista Sidney Glina,
chefe do Departamento de Urologia do Hospital do Ipiranga, em São Paulo.
Boa parte dos casos
de impotência que não responde a remédios ou injeções ocorre devido à
prostatectomia radical (retirada completa da próstata em função do câncer). Mas
também há outras causas, como a neuropatia provocada pelo diabetes. Para esses
indivíduos, as próteses penianas são a única opção para seguir com a vida
sexual ativa.
Maleáveis ou
infláveis.
Glina explica que
existem dois tipos de próteses penianas: as maleáveis e as infláveis. As
primeiras são compostas de dois cilindros metálicos revestidos por polietileno
e com uma camada de silicone. Elas permitem que o paciente posicione o pênis
para cima, para o coito, ou para baixo, após a relação sexual, criando uma
ereção permanente.
Já as próteses
infláveis simulam a fisiologia da ereção normal por meio da implantação de dois
cilindros, uma bomba e um reservatório. Para obter uma ereção, o paciente
aciona uma pequena bomba implantada no escroto que, ao ser pressionada,
transfere o líquido do reservatório para os cilindros, ocorrendo a ereção. Para
desinflar, o paciente deve acionar a mesma bombinha, que irá esvaziar os
cilindros e deixar o pênis na posição de repouso. Essas próteses, é claro, são
bem mais caras - custam de R$ 20 mil a R$ 40 mil.
As primeiras próteses
infláveis foram inventadas em 1973 pelo cientista e urologista americano
Brantley Scott, que reuniu suas habilidades cirúrgicas e artísticas (ele também
era fotógrafo, pintor e escultor) para desenvolver o modelo que até hoje é
padrão na medicina. Produzida pela American Medical Systems, empresa fundada
por Scott, a primeira prótese já trazia o sistema de controle da ereção por
meio do acionamento de uma bombinha.
De lá para cá, alguns
detalhes foram melhorados, mas o princípio permanece o mesmo. Uma das inovações,
segundo Glina, é o uso de materiais impregnados com antibiótico, para eliminar
o risco de infecções.
Mitos.
"Nos EUA, as
próteses penianas são muito usadas, mas no Brasil há muito medo e preconceito.
Além disso, os convênios não pagam", afirma o médico. Glina acredita que a
falta de informação é o principal obstáculo para recorrer aos
dispositivos.
"A prótese não
altera o orgasmo, a ejaculação, nem a sensibilidade do pênis", esclarece.
E a cirurgia não é complicada: o período de internação varia em torno de 24
horas. Mas é preciso esperar seis semanas para ter a primeira relação sexual e
uma semana para dirigir. Os riscos de infecção são pequenos (de 1 a 2%, segundo
o médico) e, no caso das infláveis, há um risco também pequeno (de menos de 5%)
de problemas mecânicos.
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