FONTE: *** Jairo Bouer (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
O estresse
psicológico é prejudicial aos espermatozoides e à qualidade do sêmen, o que
pode se tornar um problema para homens que querem ter filhos. A conclusão é de
um estudo publicado na revista Fertility and Sterility.
Os pesquisadores
descobriram que homens que se sentem estressados são mais propensos a ter
menores concentrações de espermatozoides na ejaculação. Além disso, eles têm
risco maior de apresentar células reprodutivas disformes ou com capacidade de
se locomover prejudicada.
A equipe, formada por
especialistas da escola de saúde pública Mailman, da Universidade de Columbia,
e também da Universidade Rutgers, nos EUA, avaliou 193 homens, com idades entre
38 e 49, durante três anos.
Além de ceder
amostras de sêmen, eles passaram por testes para avaliar o grau de estresse
subjetivo (ou seja, o quanto eles se sentiam estressados) e objetivo (se tinham
motivos reais para se sentir assim).
Os resultados
mostraram que o estresse é capaz de prejudicar a fertilidade do homem mesmo
quando é subjetivo. Vale lembrar que outros fatores, como histórico de
problemas de saúde, foram isolados no estudo.
Enfrentar um ambiente
de trabalho estressante não foi um fator de risco tão importante, segundo os
pesquisadores, embora eles alertem que homens com jornadas extenuantes
apresentaram níveis mais baixos de testosterona.
O curioso é que
deixar de trabalhar não melhora as coisas em nada. Pelo contrário: o estudo
mostrou que desempregados têm menos espermatozoides e de qualidade mais baixa,
não importando o grau de estresse apresentado.
Ainda não se sabe
muito bem como o estresse afeta os espermatozoides, mas talvez o mecanismo seja
a liberação de hormônios esteroides que atuam na testosterona e na produção de
esperma. Outra possibilidade é o chamado estresse oxidativo, capaz de afetar a
qualidade do sêmen.
Embora vários estudos
anteriores tenham examinado a relação entre estresse e fertilidade, esse é o
primeiro a avaliar também o estresse subjetivo e associá-lo a concentração,
aparência e motilidade dos espermatozoides.
Segundo a Sociedade
Americana de Medicina Reprodutiva, a infertilidade afeta igualmente homens e
mulheres, e a qualidade do sêmen é o indicador mais importante para a
fertilidade masculina.
Sobre o autor
*** Jairo Bouer
é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com
residência em psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu
trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex),
passou a focar seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência
no Brasil, para o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento
jovem, atendendo a dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
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