FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Desde o início do ano o número de pessoas
afetadas é de 10.841, segundo dados notificados pela Secretaria Estadual de
Saúde. Na última semana, uma criança de seis anos moradora de Itabuna morreu no
Hospital de Ilhéus após apresentar sintomas da doença, mas o diagnóstico ainda
não foi confirmado pelos exames.
Os números foram apresentados na
manhã de ontem (3), na reunião do Comitê Estadual de Mobilização Social de
Prevenção e Controle da Dengue na Bahia, realizada no
auditório da Fundação Luis Eduardo Magalhães, Centro Administrativo da Bahia.
No entanto, a estatística apresentada pode não
representar o número real de casos no estado. “Estamos trabalhando com a
hipótese de haver subnotificação por conta da mudança do sistema de registro de
ocorrências. Mesmo com a capacitação do pessoal que opera o sistema, existe
esta possibilidade”, explicou a coordenadora do comitê, Elisabeth França.
Além do diagnóstico da doença no
estado, o comitê discutiu estratégias de atuação específicas de combate ao
mosquito no período da Copa do Mundo. “Não queremos que os visitantes deixem legado negativo no
nosso estado. Todo o lixo produzido no período tem que ser descartado
corretamente para que a gente não sofra as consequências no próximo verão”,
ressaltou. Ainda segundo ela, o primeiro semestre é o período de maior
incidência dos casos de dengue, doença que há vinte anos atormenta a população
baiana.
“A dengue já está muito banalizada,
são registrados casos no estado quase que diariamente, mas as pessoas devem
estar atentas à prevenção, aos sintomas e, principalmente ao tratamento. Não se
pode cuidar da doença
como se cuida de uma gripe”, ressaltou a coordenadora do comitê.
Ela também alerta para o crescimento do número de
casos da forma mais grave da doença, lembrando que as pessoas que já tiveram
dengue estão mais propensas a apresentar sintomas mais agressivos, como os
efeitos dos distúrbios nas células sanguíneas.
Além de representantes da saúde, o comitê é
composto por representantes de 33 entidades públicas, privadas e representantes
da sociedade civil, como os Correios, Embasa, Sesc e Secretaria de Educação. “O
comitê existe justamente para que outros setores se envolvam no combate ao
mosquito e participem de campanha de prevenção junto aos seus públicos”,
enfatiza a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Maria Aparecida
Araujo Figueiredo.
Além do controle da dengue, Maria Aparecida
aponta outras preocupações para o período do Mundial, momento em que a cidade
receberá visitantes de várias regiões do mundo. “A Influenza é um exemplo de
doenças que merecem uma atenção maior no período. Infelizmente a campanha não
alcançou a meta de 80% de vacinação do público alvo, chegando apenas a 74%”,
lamentou.
Por conta do baixo índice, a vacinação continua
nos principais postos da cidade, disponíveis para idosos, gestantes, crianças
de até cinco anos, profissionais de saúde e mulheres que tenham dado a luz
recentemente.
Doença altamente contagiosa, o sarampo também
é um vírus que vai mobilizar a equipe de saúde do estado no período do Mundial.
Embora não haja registro de casos desde 2006 na Bahia, o alto índice de
transmissibilidade da doença, feita por vias respiratórias e os recentes surtos
registrados nos estados de São Paulo, Pernambuco e Ceará são suficientes para
deixar os especialistas em epidemiologia em alerta.
“A vacina está disponível para crianças de
seis meses a quatro anos, mas todos devem reforçar a dose, até quem já foi
imunizado em algum momento da vida”, reforça Aparecida.
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