sábado, 11 de outubro de 2014

CRESCE NO BRASIL NÚMERO DE MULHERES QUE TÊM O 1º FILHO DEPOIS DOS 30 ANOS...

FONTE: Amanda Sant'Ana, TRIBUNA DA BAHIA.

Entrar no mercado de trabalho e necessidade em desempenhar papéis na sociedade. Estes são os fatores responsáveis por adiar, cada vez mais, a gestação das brasileiras, diminuindo consideravelmente o que antes era normal, o fenômeno “gravidez na adolescência”.
Segundo dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gravidez entre os 15 e 19 anos caiu no Brasil de 20,4% do total, em 2002, para 17,7% em 2012, enquanto que as mulheres que se tornaram mães entre 30 e 34 somavam 14,4% em 2002. Dez anos depois, em 2012, o grupo representava 19%.
“Os dados do IBGE batem com a realidade na qual venho acompanhado e muito no consultório. São mulheres buscando engravidar cada vez mais tarde, dando prioridade a profissão, estudos e trabalho, deixando a maternidade para o último plano”, contou a ginecologista, Adriana Tavares, alertando ainda para riscos em gestações na casa dos 30.
“Engravidar após os 30 anos como também a gestação após os 35 anos, pode acarretar riscos. Quanto maior a idade, mais difícil para engravidar e maior o risco para a mãe e feto, já que a gravidez tardia traz complicações como alterações de hipertensão e diabetes, sem contar que a partir dos 40 anos tem o risco de Síndrome de Down para cada 50 gestações”, alertou.
Na opinião da especialista, a idade ideal da primeira gestação seria antes dos 30 anos, já que alguns fatores podem comprometer a fertilidade das mulheres numa idade mais madura, como as cólicas e sangramentos fortes que podem causar um processo inflamatório nas trompas ou endometriose que podem comprometer a fertilidade dessas pacientes.
“Se a gravidez ficar para muito mais tarde, após os 35 anos a mulher terá um pouquinho mais de dificuldade de engravidar e por conta disso ter que optar pela Fertilização In Vitro”, alertou.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), na Bahia, de 2013 para 2014,o número de mulheres grávidas dos 30 aos 39 caiu.
Em 2013 mais de 50 mil mulheres geraram filhos, enquanto em 2014 esse número reduziu para 30 mil. Já nas idades entre 40 e 49, quase 5 mil mulheres engravidaram em 2013, enquanto em 2014 apenas 2.700 tiveram filhos.
“Isso prova que o fato da mulher entrar no mercado de trabalho e a necessidade dela em desempenhar os novos papéis nos quais pretendem na sociedade, faz com que deixem a gestação para o último plano. Ao lado disso, você pode ter um prolongamento na adolescência, nas classes média e alta, e um prolongamento também da vida útil, vida ativa, deixando os filhos para quando a pessoa se considerar preparada, isso quando ela escolhe, pois muitas delas querem se formar, ter o primeiro emprego, se qualificar, ter condições de garantir o mínimo de segurança para o filho que vai nascer, principalmente nos dias de hoje onde as exigências aumentaram. Isso varia de classe para classe e de região para região”, explicou o sociólogo, Joviano Carvalho.
Ainda que as realizações profissionais e pessoais venham antes do sonho de ser mãe, a ginecologista Adriana alerta as mulheres que tardam a gestação, quanto aos cuidados que devem ter nesse período.

“Se a opção é ter um filho a partir dos 35 anos, é bom ter cuidados com um pré-natal mais frequente, alimentação para evitar a diabete gestacional e hipertensão. Se seguir essas recomendações, a mulher, além de estar realizada profissionalmente e pessoalmente, passará pela realização da maternidade muito mais feliz e sem maiores problemas”.

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