sábado, 11 de outubro de 2014

ESTUDIOSA DÁ ALGUMAS DICAS PARA VOCÊ SER UMA PESSOA COM MAIS PACIÊNCIA...

FONTE: Susan Souza - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

        
Para desenvolver projetos em longo prazo, manter relacionamentos saudáveis, reduzir a ansiedade e aceitar que nem sempre se pode controlar tudo é necessário desenvolver a paciência, virtude cada vez mais rara numa sociedade marcada pelo imediatismo e acostumada a resolver os problemas de forma quase instantânea com um clique no Google.
“Na vida real, existem alguns setores que não funcionam com um clique. De alguma maneira, a conjuntura atual nos força a perder um pouco da capacidade de lidar com a espera. A modernidade nos força a ter uma resposta e a buscar conclusões e tomadas de decisão rápidas”, diz ao Delas a estudiosa em Ciência Comportamental Adriana Rodopoulos.
As situações que levam à perda da paciência podem ser tanto externas – o trânsito, o transporte público abarrotado, a longa fila do banco, a espera no atendimento do restaurante – quanto internas, motivadas pela ansiedade gerada por questões pessoais para finalizar projetos ou atender expectativas, próprias e alheias.
“Muitas pessoas se impõem metas impossíveis de alcançar. É preciso entender a diferença entre o que se planeja e o que se é capaz de executar”, aconselha Adriana.
Exercício de tolerância.
“A paciência se desenvolve no exercício da tolerância. É o controle necessário e muito importante para qualquer projeto. Identifique o que pode ser controlado por você e faça o melhor trabalho que puder com aquilo. Quanto ao que não pode dominar, deixe acontecer. Aceite que é impotente em algumas circunstâncias e você será menos infeliz”, recomenda a psicanalista Cristiane M. Maluf Martin.
“Não gaste tempo tentando controlar os outros. Ser paciente significa saber gerenciar a si mesmo, o que requer atenção a pensamentos, atos e palavras”, aconselha Cristiane. É importante observar como se portar nos relacionamentos para ampliar a paciência, tendo consciência, ainda, de que a tolerância às imperfeições do outro é fundamental para ampliar a paciência.
“Renunciar às pequenas coisas que nos aborrecem, principalmente nos relacionamentos afetivos, que oferecem as melhores oportunidades de aprendizado, deve ser regra básica de convivência”, afirma Cristiane, acrescentando que o exercício da paciência nos relacionamentos nos prepara para aprender a esperar pelo momento ideal de abordar algum assunto delicado.
 Manter a calma.
Desviar o foco de atenção de situações que fogem do controle e que geram impaciência é uma dica para lidar com momentos de intolerância.
“Devo aproveitar o trânsito para pensar em algum projeto, ouvir uma música ou conversar com alguém em vez de pensar no atraso e consequências”, recomenda Adriana.
“Diante de qualquer dificuldade, deve-se sempre procurar manter a calma, ser comedido e evitar atitudes súbitas que certamente resultarão em arrependimento e tristeza”, adverte Cristiane.
“A paciência é uma virtude de quem interioriza que ‘tudo na vida passa’, é a premissa básica para manter o nosso controle emocional”, completa.
A impaciência raramente leva a conclusões ou soluções mais rápidas.
“As pessoas estão confundindo um pouco o ser proativo com ser intolerante ou impaciente. Proativo não é aquele que propõe uma solução mais rapidamente, mas aquele que começa a trabalhar para a solução muito prontamente”, esclarece Adriana.

O outro lado da impaciência.
Apesar de ser considerada como um estado negativo, a falta de paciência ajuda na própria sobrevivência e nas defesa humanas.
“Há situações em que a intolerância é fundamental, por exemplo, quando a vida está ameaçada. Se fôssemos muito tolerantes à fome, frio, violência, nós nos colocaríamos em situações de perigo. A alto nível de impaciência funciona bem em contextos primitivos”, diz Adriana.
“Vivemos em uma sociedade na qual a paciência está sendo substituída pela emergência, e que não fazer algo ou não atingir um objetivo é sinal de fraqueza, burrice e incapacidade, dando a impressão que tudo tem que ser para já, para agora”, contextualiza Cristiane.
É preciso considerar caso a caso para saber se a impaciência vivenciada no momento é necessária ou se apenas funciona como uma demanda da modernidade.
“A impaciência não é uma doença mental, porém seus sintomas podem desencadear um transtorno de ansiedade”, alerta a psicanalista.

Veja as dicas das especialistas para exercitar a paciência:

-- Comemore pequenos avanços: "Ao concluir 10 páginas de um trabalho, por exemplo, leve-se para jantar fora. Isso dará um ânimo para continuar o projeto", diz Cristiane.

-- Desvie o foco: Na fila do banco ou outra situação sobre a qual você não tem controle, aproveite para mentalizar um lugar para onde deseja ir e distraia-se com isso.

-- Respire: Quando se perceber prestes a perder a paciência, esvazie a mente e foque na respiração por alguns minutos até retomar o equilíbrio.
-- Seja compreensivo: Impaciência ou intolerância não vão contribuir para terminar o trabalho, alcançar uma meta ou finalizar um projeto mais rapidamente. Mantenha isso em mente.

-- Alimente-se bem: Não pule refeições e consuma a quantidade necessária de energia por dia para garantir um bom funcionamento cerebral.

-- Faça caminhadas diárias: Saia do foco de tensão e encontre coisas novas em um lugar por onde passa todos os dias. Observe os detalhes de sua própria rua, por exemplo.

-- Reflita: Reserve um tempo ao final do dia para a reflexão e identifique o que é incômodo. Pense em maneiras de resolver o problema com calma.

-- Escute: Não transforme conversas em discussões, procure ouvir os argumentos das pessoas e fale os seus de forma calma, mesmo que não concorde com o outro.

-- Sorria: O ato faz com que você se sinta melhor consigo. Pratique no espelho e veja quanto tempo você é capaz de manter o sorriso.

-- Relembre bons momentos: Em situações difíceis, escolha suas lembranças favoritas. Voltar a uma época ou situação que nos fez feliz ajuda a manter a calma.

-- Supere-se: Busque sempre se adaptar ao que acontece no dia a dia e aproveite o que há de positivo em todos os momentos e situações. Seja resiliente e se molde.


-- Controle a ansiedade: "O futuro vai chegar independente da forma como nos deslocamos para o amanhã. O melhor é tentar fazer o percurso da melhor forma possível, e com tranquilidade", aconselha Adriana.

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