domingo, 2 de novembro de 2014

AMOR DE AMIGO...




Durante um confronto bélico, um orfanato de missionários, numa aldeia vietnamita, foi atingido por várias bombas.

Os missionários e duas crianças morreram na hora e muitas ficaram feridas, inclusive uma menina de 8 anos.


Através do rádio de uma aldeia vizinha, os habitantes buscaram socorro dos americanos. Um médico da Marinha e uma enfermeira chegaram trazendo apenas maletas de primeiros socorros.

Perceberam logo que o caso mais grave era o da menina. Se não fossem tomadas providências imediatas, ela morreria por perda de sangue. Era urgente que se fizesse uma transfusão.


Saíram à procura de um doador com o mesmo tipo sanguíneo. Os americanos não tinham aquele tipo de sangue, mas muitos órfãos que não tinham sido feridos poderiam ser doadores.


O problema agora, era como pedir às crianças, já que o médico conhecia apenas algumas palavras em vietnamita e a enfermeira tinha poucas noções de francês.


Usando uma mistura das duas línguas e muita gesticulação, tentaram explicar aos assustados meninos que, se não recolocassem o sangue perdido, a menina morreria.


Então perguntaram se alguém queria doar sangue. A resposta foi um silêncio de olhos arregalados.


Finalmente, uma mão levantou-se timidamente, deixou-se cair e levantou de novo.


Ah, obrigada. - Disse a enfermeira em francês. - Como é o seu nome?


O garoto respondeu em voz baixa: Heng.


Deitaram Heng rapidamente na maca, esfregaram álcool em seu braço e espetaram a agulha na veia.


Durante esses procedimentos, Heng ficou calado e imóvel.


Passado um momento, deixou escapar um soluço e cobriu depressa o rosto com a mão livre.


Está doendo, Heng? - Perguntou o médico. Heng abanou a cabeça, mas daí a pouco escapou outro soluço e mais uma vez tentou disfarçar.


O médico tornou a perguntar se doía, e ele abanou a cabeça outra vez, significando que não.


Mas os soluços ocasionais acabaram virando um choro declarado, silencioso, os olhos apertados, o punho na boca para estancar os soluços.


O médico e a enfermeira ficaram preocupados. Alguma coisa obviamente estava acontecendo.


Nesse instante, chegou uma enfermeira vietnamita, enviada para ajudar. Vendo a aflição do menino, falou com ele, ouviu a resposta, e tornou a falar com voz terna, acalmando-o.


Heng parou de chorar e olhou surpreso para a enfermeira vietnamita. Ela confirmou com a cabeça e uma expressão de alívio estampou-se no rosto do menino. Então ela disse aos americanos:


Ele achou que estava morrendo. Entendeu que vocês pediram para dar todo o sangue dele para a menina poder viver.


E por que ele concordou? Perguntou o médico.


A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta, e Heng respondeu simplesmente:


Ela é minha amiga.


                                           * * *


Você já pensou em ser um doador de sangue?


Geralmente só o fazemos quando a necessidade é de um familiar ou um ente querido, mas a solidariedade convida-nos a doar para salvar vidas.


Tornando-nos um doador voluntário, estaremos contribuindo grandemente com a sociedade.


Pense nisso!

                               Redação do Momento Espírita.


"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação."

Chico Xavier & Emmanuel.

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