FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
A vacina contra
coqueluche, difteria e tétano (dTpa) voltada para gestantes passa a fazer parte
do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o
país. A dTpa é a única vacina contra coqueluche que pode ser administrada
de maneira segura em adultos, segundo o Ministério da Saúde em anúncio
nesta segunda-feira (17).
As doses estarão
disponíveis nos 35 mil postos de saúde da rede pública a partir deste mês.
A vacina estará disponível também para profissionais de saúde que
trabalham em maternidades e em UTI neonatal.
A vacina deve ser
administrada a cada nova gravidez, independentemente se a gestante já tomou a
outra vacina que oferece imunidade à difteria e ao tétano (a dupla adulto,
conhecida como adulto-dT, recomendada em três doses a partir dos 10 anos) já
disponível na rede pública. Além de se proteger, após tomar a vacina, a mãe
passa anticorpos para seu filho ainda no período de gestação, já que a doença
se manifesta mais em bebês de três a seis meses de vida.
Isso garante ao bebê
imunidade nos primeiros meses até que complete o esquema vacinal contra
coqueluche, definido pelo calendário básico.
"A vacina DTpa
para gestantes é aprovada pela Organização Mundial da Saúde e já está sendo
adotada como uma das estratégias para controle da coqueluche em vários
países", afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Como e quando tomar.
A recomendação do
ministério é que a aplicação da dose seja realizada entre as 27ª e a 36ª
semanas de gestação. Este período gera maior proteção para a criança, com
efetividade estimada em 91%.
"É o melhor
momento para dar a proteção necessária por mais tempo", disse o secretário
de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, durante o anúncio.
Entretanto, a dose
também pode ser administrada até, no máximo, 20 dias antes da data provável do
parto.
Se a mulher não tomou
nenhuma dose da dupla adulto antes de engravidar, é necessário tomar duas doses
dela com intervalo de no mínimo 30 dias e complementar com a dTpa.
Caso a mulher tenha
tomado uma dose da dT antes da gestação, ela deverá reforçar o esquema com mais
uma dose da dT e outra da dTpa. Já para as que se preveniram com duas ou
mais doses da dT, recomenda-se a administração de apenas uma dose da dTpa.
Essa vacina não deve
ser administrada em crianças, mas a vacinação da mãe ajudará a transferir
anticorpos para evitar a doença nos bebês. A proteção das crianças para
coqueluche é feita com três doses da vacina Pentavalente (DTP, hepatite B e
HiB), que deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. Aos 15
meses e aos quatro anos a criança recebe o reforço com a vacina DTP.
A
expectativa do governo é vacinar 2,9 milhões de gestantes e 324 mil
profissionais de saúde.
Segundo o Ministério
da Saúde, a vacina busca reduzir a incidência da mortalidade de recém-nascidos
pela doença, principalmente para menores de seis meses.
Entre 2011 e 2013, o
Ministério da Saúde registrou 4.921 casos de coqueluche em menores de 3 meses,
35% de todos casos do país neste período, que foram 14.128. No período, foram
204 mortes nesta faixa etária, o que representa 81% do total nacional, que foi
de 252 mortes.
Coqueluche.
A coqueluche é uma
doença infecciosa aguda, causada pela bactéria Bordetella pertussis.
As principais complicações secundárias são a pneumonia, otite média, ativação
de tuberculose latente, enfisema pneumotórax, entre outras, e uma das
principais causas de mortalidade infantil.
O número de casos de
coqueluche reduziu de uma média de 40 mil notificações nos anos 80 para cerca
de 1.500 casos na década de 2.000 no país, mas está em expansão em países
pobres da África e Ásia e mesmo em países ricos como Estados Unidos, Canadá e
em alguns países europeus.
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