FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA
BAHIA.
A
procura ainda é pequena nos postos da rede municipal de saúde, mas grávidas que
estejam entre a 27ª e a 36ª semana de gestação já contam com a vacina DTPa, que
protege mãe e bebê das doenças difteria, tétano e coqueluche, numa só dose. A
proteção passou a ser disponibilizada desde ontem (3), em todos os postos, mas
algumas unidades de saúde já estavam oferecendo a prevenção àquelas mães que
procuraram o serviço municipal na última semana para atualizar o calendário de
vacinas e estavam dentro do perfil necessário para receber a DTPa. Seu
principal diferencial é prevenir os recém-nascidos da coqueluche, doença
causada por bactéria que pode ser bastante prejudicial aos bebês.
“Entre
a 27ª e a 36ª semana de gestação é o momento em que ocorre a maior transferência
de anticorpos da mãe para o bebê, por isto é o período indicado para elas
tomarem esta vacina”, explica a chefe do Setor de Imunização da Secretaria
Municipal da Saúde, Doiane Lemos. Segundo ela, a coqueluche é uma doença que
vem ressurgindo nos últimos anos, acometendo, principalmente, crianças menores
de um ano.
“Vacinar
a mãe é uma maneira de fazer com que o bebê já nasça protegido contra a
bactéria”, continuou. Ela conta que, como o esquema vacinal dos recém-nascidos
tem início cerca de dois meses após o nascimento, muitas crianças acabavam
sendo contaminadas antes deste período.
Se no
adulto, a coqueluche apresenta sintomas que podem ser confundidos com um
simples resfriado, nos bebês, esta se apresenta de forma mais intensa, como
explica Doiane. “Geralmente as crianças apresentam uma tosse muito intensa,
ruído ao respirar, vômito causado pela força da tosse, assim como a perda de ar
e o engasgo frequente”, cita, alertando que, se não tratada, a doença pode
causar graves complicações ao sistema respiratório e neurológico do bebê. Uma
única dose não é suficiente para que a mulher proteja todas as suas gestações,
sendo necessária uma dose da vacina a cada gravidez.
Contágio.
A coqueluche é transmitida em contato direto com secreção, e se dá geralmente
através da tosse da pessoa infectada. Como no adulto os sintomas são mais ameno
do que nas crianças, o diagnóstico, embora de fácil identificação através de
exame, não é requisitado pelas pessoas. “Ninguém procura um médico porque está
com um pigarro insistente ou por conta de uma tosse. As pessoas ainda têm o
hábito de tratar sintomas como estes com mel, chá, entras medicações, sem saber
de fato qual é a doença”, disse.
Como os
portadores geralmente não sabem que tem a doença, acabam espalhando a bactéria
nos ambientes. Recém-nascidos que apresentam o quadro de coqueluche, em boa
parte dos casos, contraem a doença com pessoas próximas, parentes, babás ou até
mesmo de visitantes. Com a novidade disponível em todos os postos de saúde, a
SMS quer atingir, pelo menos, 95% das grávidas na melhor fase da gestação, como
é conhecido o período indicado para a vacina DTPa.
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