FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
As novas regras do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento que tornam obrigatório informar os
percentuais de ingredientes nos rótulos de bebidas não alcóolicas entram em
vigor a partir de 12 de dezembro. Segundo o chefe da Divisão de Bebidas da
pasta, Marlos Vicenzi, embora não haja um levantamento sobre quantas empresas
se adequaram, a percepção a partir da fiscalização estadual, é que muitas já
trazem os rótulos modificados. Vencido o prazo final, a obediência à norma
passará a ser cobrada e quem não cumprir pode ser punido. O objetivo é tornar
clara a quantidade de suco de fruta, suco vegetal ou polpa de fruta presentes
nas bebidas.
“Essa exigência vai ser enquadrada
na nossa rotina de fiscalização. Além disso, a gente está estudando a
possibilidade de criar uma força-tarefa para fiscalizar os rótulos de bebidas.
Quando a gente verifica irregularidade, lavra auto de infração. A depender da
irregularidade, além de multa pode haver fechamento do estabelecimento,
destruição do rótulo”, informa Vicenzi.
Outra adequação que os
fabricantes de bebidas terão estarão obrigados é aumentar a quantidade mínima
de suco nos néctares de uva e laranja. A partir de 31 de janeiro de 2015, o
percentual de suco nas bebidas do tipo néctar passará de 30% para 40%. Em 31 de
janeiro de 2016, a quantidade sobe para 50%. O Ministério da Agricultura
informou que a medida atende a um pedido dos produtores de frutas. De acordo
com Marlos Vicenzi, tanto as alterações no rótulo quanto as relativas ao
percentual de suco foram discutidas com fabricantes de bebidas e fruticultores,
com o acompanhamento de organizações de defesa do consumidor.
A nutricionista Ana Paula
Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), explica que
a entidade não esteve entre as que participaram do debate, mas tem acompanhado
a questão. De acordo com ela, a informação das quantidades de ingredientes nos
rótulos é importante para que o consumidor faça uma compra esclarecida.
“Existem, no mercado, diversas
bebidas não-alcoólicas que levam frutas e cada uma tem regra diferente. Todas
são bonitas, com frutas nas embalagens. Se o consumidor não souber [as
quantidades de ingredientes], fica difícil comparar. Lembrando que essas
bebidas, em geral, têm açúcar adicionado. Às vezes é tanto [açucar], que pode
ser comparado a um refrigerante. Não são bebidas que devem ser consumidas à
vontade, principalmente pelas crianças”, defende a nutricionista.
Ana Paula considera positivo o
aumento do percentual de fruta nos néctares de uva e laranja. Mas critica o
fato de a medida abranger só duas frutas. Ela pondera que o percentual poderia
ser maior e considera longo o prazo de janeiro de 2016 para o patamar chegar a
50%. “O ideal [para a saúde] é que a maior parte [do néctar] fosse apenas suco,
com o mínimo de água necessário, sem açúcar. As bebidas têm uma característica
de tornar difícil identificar a saciedade. O consumo de bebidas com muito
açúcar contribui para o aumento de peso e da taxa de obesidade da população”,
ressalta.
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