FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Pesquisa americana mostra que
goles de bebida alcoólica na infância aumentam em quatro vezes as chances de
adolescentes ficarem bêbados antes do ensino médio.
Crianças
que experimentam um pouco do vinho ou da cerveja dos pais, mesmo que de vez
em quando, estão mais propícias a começar a beber na época do ensino
médio, de acordo com um artigo publicado no periódico “Journal of Studies on
Alcohol and Drugs”.
A
pesquisa foi feita com 561 alunos, analisados periodicamente por três anos. No
começo do sexto ano escolar (com a idade de 11 anos), quase 30% dos alunos
disseram que já tinham provado álcool. Na maioria dos casos, os pais forneceram
a bebida – geralmente em uma festa ou outra ocasião especial.
Aqueles
que tinham experimentado álcool antes dos 11 anos estavam cinco vezes mais
suscetíveis a beber um copo inteiro de bebida alcoólica antes do ensino médio.
Além de quatro vezes mais propícios a ficarem bêbados.
No nono
ano escolar, 26% dos que tinham experimentado álcool na infância disseram que
já tinham tomado uma bebida alcoólica inteira, contra menos de 6% dos que não
tinham provado álcool antes dos 11 anos. Além disso, 9% já tinham ficado
bêbados, comparado com menos de 2% do outro grupo.
Tabu.
Segundo
a líder da pesquisa Kristina Jackson, do Centro de Estudos de Álcool e Vícios
na Brown University, essas descobertas não comprovam que os primeiros goles de
álcool são os culpados. Ela observou que alguns pais acreditam no “modelo
europeu” – a ideia de que apresentar as crianças ao álcool cedo, em casa, vai
ensiná-las sobre beber com responsabilidade e diminuir o apelo “tabu” das
bebidas alcóolicas. “Nosso estudo dá evidências do contrário” disse em
comunicado.
“Claro
que há vários fatores que influenciam alguém a beber enquanto menor de idade”
disse Kristina. A equipe dela tentou levar em conta a maior quantidade de
variáveis possíveis, incluindo o hábito de beber dos pais e algum histórico de
alcoolismo, assim como o perfil das crianças (por exemplo, se elas tendiam a
ser impulsivas e gostavam de arriscar). Ainda assim, Karina encontrou uma
conexão entre provar as bebidas quando pequenos e beber perigosamente no ensino
médio.
De
acordo com a pesquisadora, é possível que esses pequenos goles de álcool tenham
mandado uma mensagem confusa: “Nessa idade, algumas crianças podem ter
dificuldade para entender a diferença entre um gole de vinho e beber uma
cerveja toda”, ela explicou.
A
pesquisadora ressalta que os pais não devem se desesperar se já deixaram suas
crianças provar um pouco de alguma bebida alcoólica. “Nós não estamos dizendo
que seu filho está condenado”, afirma Kristina, que ainda ressaltou a
importância de dar às crianças mensagens claras e consistentes sobre bebida e se
certificar de que elas não podem ter acesso a nenhuma bebida alcoólica da casa.
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