A
maioria de nós já tomou remédios sem receita médica, seja para uma dor de
cabeça, dor nas costas ou gripe. Mesmo esses medicamentos inofensivos trazem
riscos para a saúde.
Remédios
sem receita médica podem servir para dar alívio imediato a sintomas simples,
principalmente quando há dificuldade em marcar uma consulta médica. Mas algumas
pessoas vão além, e partem para misturas que podem trazer consequências graves,
ingerindo substâncias que são antagônicas ou tomando medicamentos e álcool, chegando
até mesmo à dependência química.
Problema
de saúde pública.
A
automedicação, ou tomar medicação por conta própria, já se tornou um problema
de saúde pública, não somente no Brasil, mas no mundo. O uso indevido de
remédios foi responsável por 28% das notificações de intoxicação, registradas
pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, no ano de 2003.
Um
dos problemas mais frequentes com a automedicação é que, ao melhorar os
sintomas temporariamente, pode esconder a verdadeira origem do problema e
agravar a doença. Além disso, o princípio ative de um medicamento pode anular
ou potencializar o efeito do outro. Remédios tomados de maneira inadequada
podem provocar reações alérgicas, dependência e quadros mais graves como coma e
morte.
Fugindo um pouco do tema, já tem seu plano de saúde? Faça
aqui a cotação do seu plano.
A
automedicação é estimada em 35% de todos os medicamentos que são vendidos. A
maior parte dos casos é em função da indicação de familiares ou amigos, que já
passaram pelos sintomas parecidos. Entretanto, cada organismo reage de uma
maneira, dependendo da idade, sexo e história clínica. Em um amigo a medicação
pode ter tido efeito positivo, mas em outra pessoa pode não ser tão benéfica.
Os
dois tipos de medicamentos que trazem consequências negativas mais graves,
quando não são tomadas com orientação médica são os antibióticos e os
anti-inflamatórios.
O
que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo
a OMS, 50% dos pacientes de todo o mundo tomam medicamentos de forma incorreta.
Além disso, metade de todos os medicamentos que são prescritos pelos médicos, é
dispensável, segundo a organização. Chama também muita atenção o fato de que
1/3 da população mundial não tem acesso a medicamentos essenciais.
No
Brasil, a Anvisa desenvolve ações para incentivar o uso racional e controlar a
utilização indiscriminada de medicamentos. Uma dessas ações é através do
programa Rede de Hospitais Sentinela, que são unidades hospitalares em todo o país preparadas
para notificar efeitos adversos e complicações provocadas por medicamentos.
Que tal cuidar da sua saúde agora? Aproveite e faça a
cotação do seu plano de saúde.
Antibióticos.
Quando
se pensa em tomar um antibiótico é preciso ter muita atenção para diversos
fatores de risco. Se não for o tipo de antibiótico indicado especificamente
para o problema, se não for tomado pelo período recomendado pelo laboratório ou
não for respeitada a dosagem e a posologia, haverá o aumento da resistência dos
micro-organismos da infecção, o que compromete a eficácia do tratamento e
colabora para que haja cada vez mais dificuldades nos tratamentos em geral.
Antibióticos.
São
vários os tipos de antibióticos desenvolvidos pela indústria farmacêutica e que
estão à venda no mercado. Cada tipo tem sua ação ligada à sua estrutura
química. A ação de um antibiótico sobre um micro-organismo se dá através da
ação sobre suas enzimas e sua membrana celular. Dependendo da sua substância,
cada antibiótico é absorvido de uma maneira pelo organismo humano.
O
que a ciência nos alerta é para uma grave associação de ingerir álcool com antibióticos. Isso faz com que a absorção do medicamento seja
alterada.
As
características químicas dos componentes dos medicamentos determinam a maneira
como eles serão absorvidos pelo nosso corpo. Substâncias com caráter ácido,
alcalino ou aquelas do tipo “gordurosas” ou substâncias apolares, dissolve-se
bem no organismo. Mas dependendo da acidez existente no organismo podem ser
pouco absorvidas.
O álcool estimula a produção do ácido
clorídrico no estômago, aumenta os
movimentos do intestino, podendo até provocar vômitos e diarreia e assim o
medicamento ingerido vai ser menos absorvido. A interação do álcool não se
realiza exatamente com os componentes do antibiótico, mas na absorção desses
componentes. Evidentemente, com uma absorção menor, o medicamento vai ter sua
ação diminuída.
Além
desse efeito adverso, o álcool ingerido com antibióticos produz uma atividade
extremamente tóxica para o fígado. Geralmente os antibióticos já são agressivos
para o fígado, no entanto, quando se usa álcool esse efeito negativo é ainda
maior.
Entretanto,
esses mecanismos de interação, embora sejam coerentes, não são os principais
responsáveis pela recomendação de não ingerir bebidas alcoólicas juntamente com
antibióticos.
Se
existem alguns antibióticos ou medicamentos que não produzem efeitos adversos
quando em associação com o álcool, para este ou aquele paciente, isso não pode
servir de desculpa para que sejam usados, porque há o risco de complicações. Os
médicos preferem generalizar e determinar que isso não deve ser feito por
ninguém.
Automedicação
com anti-inflamatórios.
Os
anti-inflamatórios podem levar a diversas interações com outros tipos de
medicamentos, agravando problemas existentes, com sérios efeitos colaterais. A automedicação nesse caso é ainda mais perigosa. É por
esse motivo que eles só devem ser receitados por um médico, que pode
identificar e minimizar as reações adversas, tais como:
Efeitos
gastrintestinais.
Os
efeitos colaterais podem ser evidentes, como dor de estômago, náuseas, vômitos,
queimação, causados pela mucosa irritada do estômago ou esôfago. Mas também
podem não ser percebidos imediatamente, levando a úlcera do estômago, que acabe
em perfuração e exige cirurgia. Há efeitos que também são percebidos
posteriormente, como constipação e hemorragia intestinal, que pode levar até à
morte.
Fígado.
Há
medicamentos tóxicos para o fígado, provocando dor, náuseas, dor de cabeça e
até falência hepática.
Rins.
A
função renal pode ser grandemente prejudicada com o uso inadequado de
anti-inflamatórios. Os rins filtram a ureia e equilibram a presença de sais
como o sódio e o potássio. Os anti-inflamatórios podem alterar as estruturas do
rim, prejudicando o seu trabalho. As substâncias que se acumulam no organismo,
como ureia e potássio, podem chegar a um nível perigoso. O descontrole leva a
aumento da pressão arterial e inchaço, exigindo até mesmo a diálise, ou seja, a
filtragem de substâncias prejudiciais por meios mecânicos, em um hospital
equipado.
Sistema
Nervoso.
O
uso de anti-inflamatórios de forma não controlada pode atingir o sistema
nervoso central, com sintomas como dores de cabeça, alucinações, confusão
mental e depressão, vertigem, distúrbios de visão e zumbidos, chegando até ao
desenvolvimento de meningite medicamentosa.
Automedicação
com analgésicos também oferecem riscos.
Os
analgésicos são vendidos livremente, estão em qualquer farmácia. A atitude de
comprar um para dor de cabeça ou dor nas costas é bastante comum. Mas há um
especificamente, o ácido acetilsalisílico, a famosa aspirina, que é
aparentemente inofensiva, mas pode trazer efeitos negativos, dentre os quais as
úlceras estomacais, problemas de hemorragia, alergia, tontura e fadiga.
Outros
analgésicos, como o paracetamol e o acetaminofen também tem efeitos colaterais,
porque podem ser tóxicos para o fígado.
O
que fazer em caso de intoxicação.
Se
você estiver com algum problema que ocorreu depois do uso de um medicamento,
entre em contato com o Disque Intoxicação da Anvisa. O telefone é 0800 7226001
e procure ajuda médica, levando o medicamento, sua embalagem e bula, para que
seja possível verificar todas as informações, inclusive o prazo de validade.
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