FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
A juíza Lídia Maria Sodré de Moraes,
do 1º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro, concedeu em liminar um
habeas corpus para evitar que um casal seja preso por cultivar maconha em sua
residência na capital fluminense. A planta é usada no tratamento médico da
filha do casal.
O pedido de habeas corpus preventivo
concedido pela juíza foi impetrado contra os chefes das polícias civil e
militar do Rio de Janeiro. A família ainda move um processo na 14ª Vara Federal
do Rio de Janeiro em que pleiteia a permissão do plantio da substância ilícita.
"O presente tem por finalidade
evitar o irreparável prejuízo aos pacientes quanto ao constrangimento ilegal e
eventual ameaça sofrida por seu direito de cultivar o vegetal Cannabis
sativa, para uso específico no tratamento de sua filha", diz a decisão
judicial.
De acordo com o habeas corpus emitido
pela juíza, a ação conta com laudos médicos prescrevendo a planta no tratamento
da criança, com comprovada eficácia para aliviar seu sofrimento e ajuda na cura
da doença. A magistrada cita ainda os Estados Unidos em sua decisão.
"Outros países como os Estados
Unidos já adotaram o uso da maconha para combater determinadas doenças e dores.
Estudos recentes já revelaram que o uso da planta com acompanhamento médico
apresenta propriedades medicinais que podem ajudar a combater doenças entre as
quais a da criança que se pretende proteger", afirma.
Sodré de Moraes explica ainda que a
medida "se faz necessária para garantir a qualidade de vida da
criança". A decisão impede que os pais da criança sejam presos em
flagrante pela produção artesanal da substância ilícita para fins medicinais ou
que a planta seja apreendida.
Nos Estados Unidos, a cannabis já é
legalizada em vários Estados. Na eleição presidencial no início deste mês, o
uso recreativo da substância foi liberado por meio de plebiscito em outros
locais, como Califórnia, Massachusetts e Nevada. Estudos apontam que a maconha
legalizada movimentou US$ 5,4 bilhões (pouco mais de R$ 18 bilhões) em 2015.
O STF (Superior Tribunal Federal) tem
um julgamento em curso que visa descriminalizar o porte de drogas. O relator do
caso, Gilmar Mendes, defendeu que não é crime o porte de drogas para uso
próprio. Já Edson Fachin e Luís Roberto Barroso votaram pela descriminalização
apenas do porte da maconha - Barroso defende ainda a liberação do plantio da
erva.
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