O
governo alemão vai passar a patrocinar o cultivo da cannabis para fins
medicinais, anunciou nesta sexta-feira (03/03) o Ministério da Saúde do país. O
plantio será supervisionado pela recém-criada Agência Estatal da Cannabis,
afiliada ao Instituto Alemão para Medicamentos e Produtos Sanitários (BfArM, na
sigla em alemão). A primeira colheita é esperada para 2019, segundo o
presidente do BfArM, Karl Broich.
A
criação da Agência da Cannabis ocorre após a entrada em vigor, neste mês, de
uma nova lei, aprovada em janeiro após anos de debates. A legislação permite o
uso de maconha para fins terapêuticos para os doentes crônicos e graves como,
por exemplo, aqueles que sofrem dor ou náuseas resultantes de terapias contra o
câncer.
A
lei permite o uso da cannabis para pacientes que não podem ser ajudados por
outras terapias ou medicamentos. Os custos do tratamento serão cobertos pelos
seguros de saúde. Até agora, os seguros de saúde só pagavam casos isolados.
Pacientes tinham que arcar com grande parte dos custos.
"Não
se trata de prescrever maconha para se fumar", explica a secretária de
Estado da Saúde da Alemanha, Lutz Stroppe, que também observa que se estuda
oferecer a droga para pacientes em forma de óleo ou gotas para serem inaladas
ou ingeridas.
A
Agência Estatal da Cannabis deve abrir uma licitação em escala europeia para
conceder licenças para o cultivo da droga na Alemanha. Enquanto a produção não
começa, o Estado continuará importando o produto da Holanda e do Canadá,
informou o BfArM. A Alemanha importou em 2014 um total de 48 quilos de cannabis
para fim medicinal. A quantidade aumentou para 94 quilos em 2015.
Antes
de a nova lei entrar em vigor, apenas 1.020 pacientes tinham na Alemanha
permissão especial para comprar cannabis para fins terapêuticos, dois foram
oficialmente autorizados a cultivarem a maconha. O custo médio mensal de uma
terapia de cannabis é avaliado em 540 euros, em casos especiais pode ser de até
1.800 euros por paciente. A cannabis é utilizada, entre outros, para o
tratamento de dores crônicas, dores neuropáticas e de glaucoma (na redução da
pressão intraocular).
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