A traição
é uma oportunidade de o casal avaliar a relação e forçar uma conversa necessária
– seja para melhorar o relacionamento ou, simplesmente, terminar.
"Fiz para testar
se queria ficar mesmo naquele casamento".
“Me casei em 2008 e descobri
uma traição dele dois anos depois. Separamos por dois
meses e voltamos. Nunca mais fiz menção do que tinha acontecido, coloquei uma
pedra mesmo. Mas em 2012 eu me vi envolvida com outro homem, um caso que durou
um ano. Eu fiz isso para testar se queria ficar mesmo naquele casamento e
descobri que sim.
Esse episódio
fortaleceu a minha relação e logo eu engravidei. Porém, depois que fui mãe, meu
marido criou um bloqueio em relação a mim. Meu filho vai fazer 4 anos e nesse
período não transamos mais do que dez vezes. Tentei conversar, mas nada deu
jeito. Então, atualmente, estou envolvida com outro cara, que já fez parte do
meu passado. O que seria apenas sexo tem se transformado em algo maior, que
está me impulsionando a sair de um casamento falido e buscar a minha
felicidade. Estar com outro homem me fez perceber que a minha relação é um
hábito, não um casamento.”
"Traí meu ex com o
irmão dele e hoje somos casados".
“Na minha
primeira traição, estávamos juntas há um ano e meio. Eu
era bem nova, tinha 18 anos. Ela era um pouco mais velha, tinha 23 anos, mas
estava estagnada na vida, não tinha terminado o ensino médio e não pretendia
terminar. Tinha um trabalho de meio período que pagava bem pouco e, apesar das
dívidas, estava satisfeita. Chegou a ser demitida e não quis procurar trabalho.
Aquilo começou a me incomodar, porque eu estava em uma fase de planejar o meu
futuro. Mas não tinha certeza se queria terminar, acabei traindo com uma menina
que conheci anos antes, amiga de uns amigos. Foi em uma festa, superimportante
para mim, que a minha ex não quis ir. A outra menina foi.
Ficar com ela foi um
choque para eu entender que realmente não queria mais aquele relacionamento.
Terminamos logo em seguida. Saí com essa outra menina por alguns meses e
conheci um cara com quem ela ficava – era uma relação aberta. Um dia,
combinamos de sair nós três e ela não apareceu. Acabei ficando com ele e
seguimos numa relação aberta... até eu conhecer o irmão dele. Me apaixonei,
fiquei com ele. Para mim não era uma traição, por conta dos acordos que
tínhamos, mas para o ex foi, porque era irmão. Hoje sou casada com o irmão do
meu ex. Não me arrependo de nada, as coisas aconteceram como deveriam ser,
inclusive a traição. Se minha ex tivesse ido naquela festa, eu não teria
terminado com ela, não teria ficado com outra menina, que não teria me apresentado
meu ex, que não me faria conhecer meu marido.”
Ana, 26 anos, fotógrafa.
Ana, 26 anos, fotógrafa.
“A traição me ensinou
que relacionamentos poliamorosos são naturais”.
“Namorávamos
há quatro anos quando eu fiquei com outra pessoa.
Eu sentia necessidade de ficar com outras pessoas, mesmo sem envolvimento
romântico. Traí e propus a ele que abríssemos a relação, para termos novas
experiências. Passamos um tempo conversando sobre, até que ele topou. Foi só
então que contei que tinha ficado com alguém e ele demonstrou aceitar bem. Eu
sou bi e quando ficava com moças, só beijo, sem compromisso, ele não se
importava. Eu sempre contava, porque a relação aberta tem que ter diálogo.
Mas quando falei que
tinha ficado com um homem, ele não aceitou ‘de boa’ e foi quando as coisas
começaram a complicar. Embora tenha topado abrir a relação, ele não ficava com
outras pessoas. Terminamos um ano depois de abrir a relação, porque ele passou
a contabilizar as minhas ficadas, comparando a minha atitude com a dele. A
traição me ensinou que relacionamentos poliamorosos são naturais quando as
partes têm maturidade para lidar. Também aprendi que, dependendo da pessoa com
quem estou, minhas preferências amorosas mudam. Nesse ex namoro eu sentia
necessidade de abrir, mas, atualmente, sou monogâmica novamente.”
Índigo, 23 anos, designer.
Índigo, 23 anos, designer.
“Fiz aquilo porque
precisava ser eu mesma”.
“Eu tinha 21 anos e meu
namorado de três anos e meio terminou comigo porque eu era muito ciumenta.
Enquanto tentava reatar com ele, voltei a sair para as baladas e conheci um
cara que eu curti ficar. Só que seis meses depois, meu ex topou reatar e eu não
consegui parar de ficar com o cara da balada. Segui com os dois ao mesmo tempo.
E como eu já estava traindo ele com uma pessoa fixa, continuei saindo e a ficar
com outros caras sem o menor peso na consciência.
Era bom, eu me divertia muito.
Ele não gostava de se
entreter com as mesmas coisas que eu e o contrário também era verdadeiro. Mas
ele me tratava com carinho e respeito, diferente de muito homem lixo que passei
a conhecer na noite. Me apeguei na figura de namorado, mesmo sem gostar dele.
Só depois de uns oito meses fazendo isso, minha ficha caiu e eu fiquei muito
mal. Não conseguia dormir e chorava o dia inteiro. Acabei terminando o meu
namoro, de tão culpada que me sentia. Nunca contei sobre as traições. Mas,
hoje, entendo que fiz aquilo porque precisava ser eu mesma, eu tinha largado a
minha individualidade para ser um casal, mas insistir no relacionamento só
prolongou meu sofrimento. Não basta amar o outro, é preciso se amar para
entender quando uma relação te faz bem ou quando você apenas quer que ela te
faça bem.”
Lilian, 31 anos, relações públicas.
Lilian, 31 anos, relações públicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário